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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Porque Falei Sobre as Cidades.

Conversando com algumas pessoas que acompanharam os candidatos nos debates pelos campi do interior, algumas me disseram que fui esperto em sempre falar da História das cidades e associar, em alguns casos, meus ancestrais à cidade. Quero dizer que fiz isto, mas apenas nas cidades onde minhas pesquisas histórico-genealógicas permitiam apresentar pesquisas originais em relação à região. Sou professor de matemática, mas também um estudioso da história colonial do Piauí, pois durante muito tempo fui um dos maiores pesquisadores do APPI, tendo sido, no ano de seu centenário, o pesquisador com mais tempo de pesquisa. Na foto oficial do centenário, sou eu quem aparece sentado na mesa, pesquisando. Me prestaram uma homenagem por isto no dia dos 100 anos do APPI. Tenho trabalhos de nível nacional publicados no ramo da genealogia e história, tais como "Demonização e Mitificação de Luís Carlos da Serra Negra" [http://www.encontro2012.historiaoral.org.br/resources/anais/3/1340394649_ARQUIVO_DemonizacaoENHO2012UFRJ.pdf] e "Os Autos de Justificação do Coronel Serra Negra e a Carta de Brasão de Armas do Capitão-Mor Luís Carlos Pereira de Abreu Bacelar" [http://pyaugohy.blogspot.com.br/search?q=serra+negra], onde é possível ver algumas informações que apresentei nas cidades por onde passei. Creio que um Reitor que mereça tal nome não pode participar de um ciclo de debates sem apresentar novos conhecimentos. O lugar onde tive mais dificuldades foi em Uruçui. Lá eu fui à Igreja e aprendi que o antigo nome da cidade era Fazenda Jacaré, acerca da qual agora acrescento a seguinte informação:
No século XVIII a fazenda Jacaré, situada na antiga região de Jerumenha, pertenceu aos filhos do Capitão-Mor de Parnaíba e Valença Luís Carlos Pereira de Abreu Bacelar, cujo filho de mesmo nome entrou em rota de colisão com o Rei D. João VI e teve os descendentes naturais perseguidos logo após o  seu trágico falecimento em 1811.
Lossian Barbosa Bacelar Miranda.
lossian@oi.com.br.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

O roubo das armas do Fidié

Vasco José, Capitão Comandante da 6ª Companhia em 1820

O "roubo" das armas do Fidié existiu durante a batalha do Jenipapo. Mais precisamente, o que ocorreu foi conforme segue. Para início de conversa, o Exército do Fidié havia sido montado por Luís Carlos da Serra Negra, substituto de João do Rego Castelo Branco o qual, além de velho ficou cego. D. Maria I o substituiu por seu sobrinho Luís Carlos da Serra Negra. Os filhos naturais de Luís Carlos eram quase todos deste Exército (Claro Luis, Vasco José, Silvestre, Lúcio, Antônio Luís, Clementino Brasil, etc.). Quando a guerra começou (iniciada por Claro Luís!) ficaram de lados opostos. Claro Luís Pereira de Abreu Bacelar e Vasco José Pereira de Abreu Bacelar eram os mais velhos, filhos de Narcisa Pereira e criados na Serra Negra e na Fazenda das Areias (Luís Carlos casou depois dos 55 anos de idade com Luzia Perpétua Carneiro de Souto Maior). Claro comandou as tropas sediadas em Teresina que cercaram Caxias e, Vasco, vejam a bagunça para o Fidié, ficou como um dos seus principais capitães. Vasco era quem realmente conhecia a tropa! Fidié nem podia dispensá-lo, pois além de perder o contato com as tropas, ganharia um adversário poderoso. Fidié tangencia o tema em seu famoso livro ao tentar justificar porque perdeu a guerra, mas sem citar nomes, talvez por ética de seu ofício. O fato é que Vasco aproveitou o momento exato da batalha do Jenipapo para passar para o lado do irmão Claro Luís. Meses após a famosa Batalha Vasco, o heróico "fujão" agora Major, pede oficialmente, ao heróico "ladrão", a devolução de seu dinheirinho e demais trastes. Vi documentos dizendo que Vasco foi considerado herói por essa fuga, a qual debilitou o Fidié e, também, porque correu risco de vida. Realmente iria morrer de tapa se tivesse dado errado! 


hh

terça-feira, 15 de outubro de 2013

CARTA DE LUIZ CARLOS DA SERRA NEGRA PARA D. JOÃO DE AMORIM PEREIRA

D. João de Amorim Pereira, ex-governador da antiga capitania do Piauí, que a Enciclopédia Britânica diz ter sido muito honesto e preocupado com a ética pública, teve sérios problemas com Luiz Carlos da Serra Negra, o qual respondeu, por escrito, da seguinte maneira, a uma suspeita de ter usado um furriel para serviços privados (leia o manuscrito abaixo). Na época, Luiz Carlos era coronel das milícias e subordinado ao governador. Tempos depois, o governador estava a fazer elogios à honradez do oficial Antônio Luiz, filho de Luiz Carlos. E também não há registros de outras reclamações de D. João de Amorim Pereira contra Luiz Carlos.
 
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terça-feira, 24 de julho de 2018

A fortuna de Luís Carlos da Serra Negra

Ainda hoje existem pessoas pensando que Luís Carlos da Serra Negra foi enterrado junto com sua fortuna, convertida em ouro e pedras preciosas. Outros pensam que ele, por ser Cavaleiro da Ordem de Cristo, foi levado pelos membros desta ordem mística, os quais teria ficado com a sua fortuna. O que sei é que sua fortuna foi dividida entre os seus herdeiros em um inventário com testamento tendo seu parente João Nepomuceno Castelo Branco como juiz, auxiliado em Campo Maior e Marvão pelo juiz Antônio José Nunes Bona. Fizeram o inventário e distribuíram para os dois filhos legítimos, em pé de igualdade com os outros três que haviam sido legitimados antes do casamento com Luzia Perpétua, supostamente conforme a vontade do defunto (este testamento eu nunca vi e gostaria de ver. Se alguém o tiver me avise!), inclusive aplicando uma lei a qual mandava excluir algum cônjuge que não estivesse no Brasil por ocasião da morte do inventariado. E excluiram a viúva meeira, LUZIA PERPÉTUA CARNEIRO DE SOUTOMAIOR BACELAR, a qual estava em Portugal. Isso ocorreu no final de 1811 e, cópia de parte deste inventário, os historiadores do Piauí conhecem. E os herdeiros, mormente os que já podiam gastar dinheiro, gastaram bastante pois era muito mesmo. E ficaram assim por dois anos até que em 1813 D. João VI estabeleceu uma norma régia mandando tomar tudo de volta. Foi aquele rebuliço, um inferno mesmo, pois todo o Piaui se revoltou, visto que esta norma empobreceu mais ainda o Piaui, pois toda esta fortuna, bem como a produção das fazendas (eram as quarenta grandes daquele tempo!) deviam ser levadas, e foram, para Pernambuco, Rio de Janeiro e Maranhão. Muitos foram os presos e mortos nesta pendenga. Foi o período mais turbulento e triste da história política do Piauí. Ficou de um jeito que ninguém queria assumir o governo da capitania. Nem o Simplício Dias da Silva, aceitou "matar a bola no peito". Até uma mulher, Ana Pulquéria de Monserrate Castelo Branco (viúva de um dos irmãos de Luis Carlos), chegou a assinar o livro da governança. Teve um governador que morreu quando estava vindo assumir, e teve outro que foi levado preso junto com seus auxiliares, a saber, JOÃO LEITE PEREIRA DE CASTELO BRANCO. E os descendentes de Luís Carlos que não foram mortos ou presos, fugiram para Pilão Arcado (onde havia sido Capitão Mor com força total, FÉLIX JOSÉ LEITE PEREIRA CASTELO BRANCO, o irmão mais velho de Luis Carlos) ou para as "brenhas do Piauí", como foi o caso do bisavô de meu avô, TORCATO LUIS PEREIRA DE ABREU BACELAR. A única pessoa que chegou a me dar notícia oral dele foi meu falecido primo Antônio Bacelar, o qual foi gerente de hotéis em Teresina-PI (era o velho Trocate, dizia ele se referindo às conversas dos mais velhos!). Até hoje Torcato Luís está no mato, enterrado sabe-se lá onde! As últimas informações que eu tive dele foram em Angical e Roça do Mato, em Marvão do Piauí nos anos 40 do século XIX. Ficaram nesta pendenga até 1823, quando resolveram tomar o poder (o Piaui tinha motivos de sobra para guerrear!). Mas o Fidié e as tropas cearenses não deixaram. A viúva foi embora muita rica para Portugal deixando uma conta pesada para nós brasileiros pagarmos, segundo diziam os senadores da época. Mas pelo menos ela deixou quadros valiosos, que não couberam na bagagem. Para encurtar esta história: em 1885 morreu o homônimo filho (a filha, coitada, morreu afogada em naufrágio quando ia do Rio de Janeiro para São Luís casar-se!) de Luís Carlos com a Luzia, muito rico (assim diziam os jornais portugueses da época!) e sem descendentes. Se habilitaram para receber esta herança alguns descendentes dos irmãos de Luzia Perpétua. Não sei se conseguiram botar a mão neste dinheiro. Só sei que tentaram. Se tiverem conseguido, tal fato explicaria em parte a pujança da elite maranhense ao longo destes últimos 140 anos. Se não, os "portugas" foram os que se deram bem, pois parece que nada ficou no Piauí. Vejam a tentativa na figura abaixo.


sábado, 10 de agosto de 2019

Porto de Luís Correia: desde Luís Carlos da Serra Negra, o pai

Comitiva Presidencial
Na administração colonial esse porto funcionou pelo menos desde que aqui chegou Luís Carlos Pereira de Abreu Bacelar, nobre português da Torre de Alvite do Couto de São Miguel de Refojos do glorioso Basto, o qual tirou sesmaria das Ilhas Canárias em 1736 em Belém do Pará. Deste tempo até a morte de seu homônimo filho, então Governador do Piauí em 1811, éramos a 5ª maior economia do Brasil, com forte exportação na agropecuária, com uso do porto da vila da Parnaíba. Em 1813 D. João VI anulou o testamento do rico governador Luís Carlos Pereira de Abreu Bacelar (chamado Luís Carlos da Serra Negra) decretando que 90% da produção das fazendas de Luís Carlos deviam ir (de graça!) para Pernambuco. Isto simplesmente deletou a economia do Piauí e destruiu a razão de ser, do porto, o qual foi desativado com o declínio das exportações. Após a Independência continuou a vigorar, na prática, o perverso decreto joanino de 1813 (Vejam a coincidência, (PSL+1 Presidente)PT=1813), pois além do Piauí ter se voltado para dentro em suas relações comerciais, o Visconde da Parnaíba não se interessou pela volta do comércio de exportação (por razões que dão um romance!). Está tudo muito bem explicado em https://pyaugohy.blogspot.com/2012/09/herois-do-jenipapo.html e em http://www.encontro2012.historiaoral.org.br/resources/anais/3/1340394649_ARQUIVO_DemonizacaoENHO2012UFRJ.pdf. Até certo ponto deletaram nossa economia porque nós, o magote de 400 degredados postos nos confins do mundo para morrermos, estávamos progredindo e ficando independentes. 
 Presidente da FECOMÉRCIO Valdeci Cavalcante 
Ontem eu tive a honra de receber do Dr. Felipe Mendes uma síntese cronológica do Porto de Luís Correia de 1804 a 12/10/1988, quando ele aprovou Emenda ao Orçamento da União para a conclusão da reconstrução do Porto. Durante toda a administração do PT houve propagandas e mais propagandas a dizer que o desejo nosso e de Felipe Mendes seria realizado. Só decepção! Neste momento a situação é a seguinte:
1) Valdeci Cavalcante (Presidente da FECOMÉRCIO), diz que recepcionará Bolsonaro no dia 14/08/2019 e pedirá a conclusão do Porto e administração pela FECOMÉRCIO;
2) O Governador do Piauí tira foto com empresários chineses supostamente interessados em construir e explorar economicamente o Porto; 
3) Eu, você e Felipe Mendes esperando o cumprimento das leis constitucionais. 

Será fácil Bolsonaro perceber que aquí entre nós a reconstrução do Porto significa vitória. Não sei se tem é dinheiro, mas os chineses, sim. Exatamente por isso, convém que ele abra os olhos, pois os dos chineses nunca estiveram tão arregalados!

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Simplício Dias não "amarelou", estava doente.

Há controvérsias sobre as razões pelas quais Simplício Dias da Silva não teria aceitado substituir Luís Carlos da Serra Negra no comando da Capitania do Piauí. Abaixo, fica claro a razão, ele estava doente. E aí, João Leite Pereira Castelo Branco, irmão de Luís Carlos da Serra Negra, aceitou (e morreu por isso!). E após a morte de João, o Piauí tornou-se amedrontado, acovardado. O próprio Simplício viria a ter situação dramática em futuro próximo. 

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Kenard Kruel está Hospitalizado em Frente ao Corpo de Bombeiros em Teresina-Piauí

Estou nesse momento aqui na Santa Casa de Teresina-PI, no hospital São Marcos, sem fins lucrativos, herdeiro de fato e de direito das imperiais santas casas. Eu mesmo, nunca contribuí diretamente,  mas meus ancestrais colaboraram muito para as antigas santas casas. Mas isso hoje é, mais, história. E a história me trouxe aqui, pois vim na expectativa de ver meu colega Kenard Kruel. Kenard foi o jornalista, o qual dizem ter sido preso nos anos 1990 durante uma revolta estudantil contra o mal serviço de transporte na UFPI. Eu mesmo não o vi preso, vi a minha irmã Lujan Maria Bacelar de Miranda e sua colega Mirtes Sá,  de cujas prisões os repentistas fizeram um cordel. Eu próprio fui um dos que primeiro iniciou, nas proximidades do DCE, a reclamação contra o mal serviço (e era péssimo mesmo,  hoje está muito melhor!), dá qual se espalhou a revolta. E falavam que teriam machucado o Kenard, o qual era, salvo melhor juízo, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Piauí.  Foi uma grande polêmica  e eu, se já não fosse mestre em Teoria do Caos (Movimentos Caóticos na Dinâmica do Pêndulo Simples, UFPE, 1992), me sentiria culpado pelo sofrimento do Kenard. Mas o fato, é que o Kenard escapou e continuou como tem sido até agora, ínclito. 

Décadas se passaram e, um belo dia, recebi um telefonema do Kenard, sob o patrocínio de Dona Genovefa Aguiar (Dona Genú, filha do governador Eurípedes de Aguiar!). Kenard estava a auxiliar Dona Genu a fazer a sua autobiografia e precisaram de mim para contar um pouco a história da Serra Negra, fazenda muito importante para os ancestrais dela. Ambos, ficaram bons amigos meus e, inclusive,  me citaram no livro (o livro ficou subjudice!) autobiográfico, fato que honra a mim e meus familiares, mormente os Bacelar descendentes de Luis Carlos da Serra Negra. Kenard também deu para mim um livro seu sobre a História do Piauí. Dona Genú faleceu e não fui ao velório, e nem ao sepultamento. 

Hoje pela manhã tomei conhecimento da situação de saúde do Kenard,  hospitalizado aqui no Hospital São Marcos. Kenard é um intelectual cuja grandeza, sob todos os aspectos, dispensa comentários meus. A maneira singela que acho para falar dele é dizendo que sou seu fã, tal como era de Dona Genú.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

DEMONIZAÇÃO E MITIFICAÇÃO DE LUÍS CARLOS DA SERRA NEGRA

Informo a todos os que se interessam pela história colonial do Piauí que foi publicado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro o artigo DEMONIZAÇÃO E MITIFICAÇÃO DE LUÍS CARLOS DA SERRA NEGRA. Este importante trabalho científico, pode ser visto no link abaixo.
http://www.encontro2012.historiaoral.org.br/resources/anais/3/1340394649_ARQUIVO_DemonizacaoENHO2012UFRJ.pdf

Lossian Barbosa Bacelar Miranda.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Luiz Carlos da Serra Negra defendendo um escravo

No texto abaixo, Luiz Carlos da Serra Negra defende uma criança escrava e manifesta indignação contra um branco que tentou dar-lhe um tiro.



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Diárias e Passagens

Ontem encaminhei ao Magnífico Reitor do IFPI dois requerimentos:


1º) Pedido do inteiro teor de todas as informações relativas ao processo que resultou no indeferimento de meu pedido de diárias e passagens para ir à UFRJ apresentar o artigo Demonização e Mitificação de Luís Carlos da Serra Negra no XI Encontro Nacional de História Oral;
2º) Pedido de declaração de cumprimento de minhas obrigações e deveres perante o IFPI.


Para o professsor é muito importante a participação nestes acontecimentos. Não porque vai ganhar algum dinheiro com isto, pois não ganha coisa alguma (a diária às vezes mal paga o hotel onde se realiza o evento!). Pelo cumprimento de sua missão, por compromisso com a Humanidade, uma inércia humana diferenciada, um modo de fazer sobreviver a profissão (?). Não é todo dia que a gente tem proposta aceita em eventos de caráter nacional ou internacional, ou até mesmo regional e local. Os que me recusam são tantos que a longo prazo eu até esqueço, para não ficar remoendo desgosto. Este ano fui refugado em um e aceito em três. Estou com sorte!


Aceitos: iDemonização e Mitificação de Luís Carlos da Serra Negra (acima mencionado, indeferido pelo reitor); ii. Computação de Quadrados Semi-Mágicos Gerados por Matrizes Serpentiformes (IV Congreso Latinoamericano de Matemáticos, Córdoba, Argentina, aguardando resposta do reitor desde 14/06/2012 ); iii. Quadrados Semi-Mágicos a partir de Subset-Sum (64ª Reunião Anual da SBPC, São Luís-MA, fluindo normalmente na Diretor Geral).


Aproveito a oportunidade para informar que a viagem que fiz à Alemanha em agosto de 2011 foi totalmente custeada pelo meu bolso e pelo de minha coautora. Lá chegando, a prefeita nos deu livre acesso à cidade  (tudo de graça, mas pouco usufruí desta bondade, salvo no dia que me perdí e o guarda do metrô saiu de seu posto e só me deixou quando eu estava em total tranquilidade), e o dinheiro que pagamos pela inscrição pagou nossa alimentação, merenda, etc.). Tive indeferimentos prévios por aqui e para não ter que pagar os dias de minha ausência ao IFPI (sem ônus, como propuseram) tive que entrar com recursos, conseguindo a bendita autorização com ônus limitado, a qual ficou registrada para sempre na história do Brasil (foi publicada no DOU):


N 688 - Autorizar o afastamento do país do servidor, LOSSIAN BARBOSA BACELAR MIRANDA, Matrícula SIAPE nº 0275657, Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, Classe D IV, Nível 2, do Quadro de Pessoal deste Instituto Federal, para participar no XXV World Congress of Philosophy of Law and Social Philosophy, em Frankfurt, Alemanha, no período de 11/08/2011 a 22/08/2011, com ônus limitado. [http://www.jusbrasil.com.br/diarios/28928612/dou-secao-2-02-08-2011-pg-19].


O trabalho original, com nossas assinaturas, ficou na Biblioteca da Universidade de Frankfurt am Main e, eletronicamente, em http://digital-b.ub.uni-frankfurt.de/frontdoor/index/index/docId/24907.


Lossian Barbosa Bacelar Miranda.

domingo, 29 de julho de 2018

Existiu algum Luis Carlos Pereira de Abreu Bacelar criminoso?

Existiram muitos homônimos com o nome Luis Carlos Pereira de Abreu Bacelar. Dou notícia de 6, sendo 4 deles no Piauí e os outros 2 no noroeste da Bahia:

1. Mestre de Campo e Capitão Mor de Parnaíba e de Valença, casado com Dona Arcângela Úrsula de Castelo Branco, filha de Dona Clara da Cunha e Silva Castelo Branco, a qual era da Comarca de Santo Antônio dos Alongazes. Clara era filha de Dom Francisco de Castelo Branco.

2. Coronel de Milícias Luis Carlos da Serra Negra, filho do primeiro.

3. Luiz Carlos Pereira de Abreu Bacelar Castelo Branco. VALENÇA-PI/PORTUGAL Cavaleiro da Ordem de Cristo, moço fidalgo com exercício no Paço. Deputado da Real Junta do Tabaco. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas, datado de 24/05/1830, registrada no Cartório da Nobreza, Livro VIII, folha 251: um escudo esquartelado com armas das famílias Abreu (1º quartel), Bacelar (2º quartel), Castelo-Branco (3º quarte) e Souto Maior (4º quartel). Trata-se do filho do Coronel Luiz Carlos Pereira de Abreu Bacellar com Luzia Perpétua Carneiro de Souto Maior, uma das mulheres mais ricas e poderosas do período joanino.


4. Sargento-Mor Luiz Carlos Pereira de Abreu Bacellar[1]. PILÃO ARCADO-BA. Em um fragmento de documento relativo a inventário é citado o nome do Sargento-Mor Luiz Carlos Pereira de Abreu Bacellar, juntamente com o de Antonio Jozé Leite (...) de Castelo Branco [Judiciário de Valença, Caixa 406. APPI], conforme segue:
         No Arquivo Nacional do Rio de Janeiro constam as seguintes fichas sobre este  Sargento-Mor de Pilão Arcado:
“ABREU BACELLAR (Luiz Carlos Pereira de ____) RGM – Col 137 – Decreto confirmando-o no posto de Sargento-Mór das Ordenanças da Vila de Pilão Arcado, Capitania de Pernambuco – Rio, 08/01/1816 – RGM, L 38, fl 88v;                     
 ABREU BACELLAR (Luiz Carlos Pereira de ____) Agraciado com Comenda de São Cosme e Damião de Azere da Ordem de Cristo – 13/05/1820 – 1 doc, 1 an, 2 fls – Cx 787, pac 4, doc 39”.
         Em 1/2/1821, do palácio de Oeiras é enviado ao Sargento mor Luiz Carlos Pereira de Abreu Bacelar ofício pedindo a captura do escravo Pedro do Real Fisco fábrica da Fazenda Julião, que assassinara o criador camarada da mesma e que segundo notícias estava na região sob a jurisdição do sargento-mor Luiz carlos Pereira de Abreu Bacelar [Códice 399, estn 4, prat 1 – APPI, fl. 155/155v].

5. Luiz Carlos Pereira (de Abreu) Bacellar [c1. Joana Ferreira de Souza; c2. Roza Linda de Castelo Branco Bacellar]. Era filho de Claro Luis Pereira de Abreu Bacelar, o maior herói da nossa independência, o qual recebeu a Ordem do Cruzeiro instituída por D. Pedro I. Luiz Carlos Pereira Bacellar de VALENÇA-PI. Em 25 de julho de 1842, este lavrador e fazendeiro, foi incluído na lista de jurados na Freguesia de Valença-PI, juntamente com Reinaldo Pereira de Abreu Bacellar. Em 27/2/1860 tinha 45 anos, casado, proprietário. Está na lista dos votantes na Freguesia de Nossa Senhora do Ó da Villa de Valença em 1861. Em 1864 tinha 49 anos, era viúvo. Em 1865 tinha 50 anos, casado e proprietário. [Caixa de Valença-PI, do Arquivo Público do Estado do Piauí/APPI].
Por enquanto, tudo indica que era filho legítimo do Sargento-Mor Claro Luiz Pereira de Abreu Bacellar, um dos membros da Junta Militar do Poty, que organizou e dirigiu as tropas que marcharam contra o Exército de Fidié [conforme página 162v do Livro de Batismos de Valença-PI].
O Governador Peretti se refere ao mesmo como sendo criminoso protegido por autoridades locais de Valença, juntamente com João Pereira Mattos (página 169v e 170 de SPE Cod755 estn 07 Prat 01 do APPI).
Foi um dos cidadãos que muito contribuiu para a Santa Casa de Oeiras-PI, o primeiro grande hospital do Piauí. Na lista dos qualificados para Guardas Nacionais em Valença em 24/01/1846, eis a qualificação de Luiz Carlos Pereira Bacellar: “30 anos, branco, casado, natural do Piaui, lavrador, morador do Brejo. ATIVO” [Caixa de Valença do APPI].
         Em 31/1/1862, Luiz Carlos Pereira Bacellar foi testemunha de casamento na Fazenda Santo Antonio em Valença [Casamento Valença 1862, folha 20v. Paulo VI].
         Em 26/10/1864, no Sítio Brejo, o Capitão Luis Carlos Pereira de Abreu Bacellar, viuvo por falecimento de Dona Joana Pereira de Souza, casou-se com Dona Roza Linda de Castello Branco Bacellar, viuva do Capitão Claro Pereira Bacellar, na Igreja de Nossa Senhora do Ó em Valença-PI [Casamento Valença 1862, folha 60v. Pio VI]. Veja abaixo o registro de casamento de Pedro de Araújo Rocha com Maria Roza Bacelar, filha legítima do Capitão Claro Pereira Bacelar (já falecido em 24/05/1861) e de Dona Roza Linda de Castelo Branco, na Matriz de Nossa Senhora do Ò, na vila de Valença do PI.
         Em 25/04/1841 o Capitão Aniceto de Araujo Souza[1], da localidade Bom Jardim, informa ao Barão da Parnaíba que mandou prender Luis Carlos Pereira de Abreu Bacellar, cumprindo a Portaria do Barão, datada de 12/04/1841. Aniceto, nesta missiva, informa ainda que está preparando o segundo bote para 24/12/1841.[2]
         O alferes secretário do 2º Batalhão Luiz Carlos Pereira Bacellar foi nomeado Capitão em 03/03/1848 [APPI. Caixa W / Guarda Nacional].
         Um certo Luiz Carlos Pereira Bacellar foi padrinho de batismo de Anfrísio, filho legítimo de Manoel Campello da Silva e Leonarda Alves de Oliveira, em 22/07/1857 [Batismos Valença 1857-1862, fl. 62v].
         Na ata de eleição de Castelo em 08/03/1867 consta o seguinte: Luiz Carlos Pereira de Abreu Bacellar, 31 anos de idade, casado, lavrador [Executivo Castelo APPI, caixa 799/800].
         O Capitão Luiz Carlos Pereira Bacellar foi padrinho de Coriolano, filho legítimo de Francisco Antonio de Souza e Maria Luiza de Miranda, nascido em 30/06/1850 em Cajazeiras, e batizado em 27/12/1850, via procuração apresentada por Claro Pereira Bacellar e Joanna Ferreira de Souza [Batismo Valença 1849-1851. Paulo VI].




[2] Este fato parece ser um forte indicativo de que os Abreu Bacellar lutaram contra o Barão da Parnaiba na Balaiada. 

6. Luis Carlos Pereira de Abreu Bacelar. Morreu em Pilão Arcado-BA no início do século XX e por ocasião de seu falecimento era casado com uma senhora da Família Benevides, a qual foi sua inventariante.

COMENTÁRIO. Não consta que nenhum deles tenha sido criminoso ou coisa parecida. O que andou mais próximo disso foi o Coronel Luís Carlos da Serra Negra, o qual chegou a responder processo como um dos supostos mandantes da morte de Antônio Pereira Nunes no início do século XIX. No entanto, nada restou provado contra ele, o qual jamais foi condenado (brevemente escreverei sobre este enigmático tema, tão atual!). Mas participaram de guerras e muitas revoltas, tais como a Balaiada. A propósito, a seguir apresento um interessante documento no qual armam um "segundo bote" para pegar 5 (ou o pai de 6 ou outro ainda não identificado por este autor). Graças ao bom Deus, Aniceto não chegou a prender o glorioso filho de Claro Luís na noite de Natal, pois os documentos acima referidos o mostram viuvo e casando com Dona Roza Linda de Castelo Branco, viuva de seu irmão Claro Luís Pereira de Abreu Bacelar, em 1862.









[1] Acredito tratar-se de algum filho de João Leite Pereira de Castelo Branco, visto que o citado, Antonio Joze Leite Pereira de Castelo Branco, filho de João Leite, morou em Pilão Arcado e tornou-se depois Capitão-Mor de Valença. Foi um dos principais arquitetos da Independência do Piauí, pois dirigiu as operações encobertas. Só foi superado pelo Capitão Claro Luís, o qual participou de todas as fases da guerra e dirigiu a partir da Vila do Poti e Passo de Santo Antônio (Timon, MA) o cerco ao Fidié em Caxias. Liberato Joze Leite Pereira de Castelo Branco, outro filho do Tenente Coronel João Leite Pereira de Castelo Branco, tornou-se Capitão-Mor de Pilão Arcado. Este Sargento-Mor é muito pouco citado nos documentos relativos ao Piauí. Nota do autor.

sábado, 11 de agosto de 2018

D. Clara Castelo Branco na Serra Negra em 1718?

A 24 de junho de 1718 no Putuhy, Fazenda da Serra, o Comissário Manoel Carvalho de Almeida e sua mulher Dona CLARA CASTELO BRANCO foram padrinhos de CLARA, filha legítima do Sargento Mor João Rabello Bandeira e sua mulher Feliciana da Silva. Quem batizou Clara foi o Frei Miguel Soares da Fonseca sob a licença do Padre Thomé Carvalho Silva, o primeiro padre da paróquia de Nossa Senhora da Vitória de Oeiras. Achei este documento há muitos anos atrás e só agora notei a grande importância histórica dele. Segundo o padre Cláudio Melo esta nobre senhora foi uma das primeiras a viver no Piauí. Em face deste registro, tem muita lógica o que disse aquele homem sábio, pois da descoberta do rio Piauí em 1882 até 1718 são apenas 36 anos. É óbvio que este batizado se deu na região de Aroazes, abaixo do Poty (Putuhy), pois neste período já existia a paróquia de Santo Antônio dos Alongazes.


quinta-feira, 31 de março de 2022

REGINA SOUSA: CÍRCULO FECHADO

Hoje pela manhã às dez horas passei pelo Palácio do Karnack para ver a transmissão do cargo para a agora Governadora Regina Sousa, a primeira mulher, e negra, também. Os índios governaram dezenas de milhares de anos, os brancos alguns séculos e, agora,  começaram os negros. No capricho do detalhe, após a morte de Luis Carlos da Serra Negra consta o nome de sua prima e cunhada Ana Pulquéria de Monserrate Castelo Branco no Livro da governança do Piauí (isso é notícia quente, coisa de 1811!). E também sabemos da história oral que Antonino Freire, o mais culto de nossos governadores, era preto.  Mas os tambores, eu os vi tocar muito fundo e com força, foi hoje. Isso é coisa sem preço, a qual está acima de qualquer porcaria de partido, seja ele ladrão ou honesto. Eu tenho tido por muitos anos a alteridade histórica capaz de me dizer que nós do Piauí, a mais isolada Civilização do Mundo, de todos os tempos, também fomos postos aqui para morrermos (um magote de degredados e pretos postos para morrer!). Nós somos a mais resistente civilização da História. 

AGORA O CÍRCULO ESTÁ COMPLETADO. PODEMOS PROSSEGUIR LIVREMENTE SEM MEDO, SEM VERGONHA E SEM IGNORÂNCIA. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

TEREMOS UMA DIGNA ELEIÇÃO PARA REITOR DO IFPI



Relativamente à pré-campanha eleitoral para Reitor do IFPI, hoje foi um dia de felicidade para mim. De modo espontâneo conversei com dois pré-candidatos, a saber, os professores Ayrton Brandim e Darley Santiago. No primeiro percebi fortes indícios de apoio a algumas de nossas propostas e no segundo, manifestação de vontade de que tenhamos uma eleição isenta de quaisquer parcialidades. Explicou-me, inclusive, o modo como ocorreu a sua visita ao campus Corrente-PI no dia da comemoração do dia do Professor.

Devido ao fato de, juntamente com um de meus filhos, termos descoberto um método de construir quadrados semi-mágicos, muitas aplicações do mesmo surgem e estou sendo aceito para apresentar trabalhos em quase todos os congressos nos quais me inscrevo. Este ano, Córdoba-Argentina, UFRJ Rio de Janeiro, SBPC de São Luís, Minicurso na USP, CBDO 2012 em Serra Negra-SP e Varadero-Cuba. Destas seis aceitações, até agora só me permitiram viajar para São Luís-MA. No entanto, reconheço as limitações orçamentárias. E quando escrevi, em comentário, no blog do Sindicato do Campus Corrente,

Serei, caso não ocorra nenhuma coisa trágica comigo, candidato a Reitor do IFPI nas próximas eleições. E, além de também querer a vitória como os outros, quero uma campanha cidadã, onde todos os candidatos e pré-candidatos concorram isonomicamente. Farei qualquer tipo de denúncia legal e entrarei imediatamente com Ação Popular contra qualquer abuso praticado antes durante e após estas eleições. Estou à disposição. Meu e-mail é lossian@oi.com.br


apenas manifestei preocupação legítima, pois reconheço, em face do relato apresentado, a grande limitação das verbas públicas em nossa instituição. Diante do acima exposto, eu me sentiria o mais desgraçado e otário dos cidadãos e um injustiçado candidato, caso visse algum outro viajando “prá cima e prá baixo” deste Piauí usando o dinheiro público. No entanto, diante do já esclarecido, me sinto aliviado e também convencido de que teremos uma eleição com elevado nível ético, apesar dos atropelos do calendário (também entendo que greve é fato imprevisível, fora do controle do administrador).


Lossian Barbosa Bacelar Miranda.

lossian@oi.com.br


domingo, 28 de janeiro de 2018

A "Judificação" de Lula ou o Milagre

Em princípio, mundo afora e na mente popular, depois da condenação, ocorre a preclusão. Todos os argumentos após a condenação são levados na brincadeira ou na mistificação, pelo povo. E são levados a sério pelos tribunais caso haja fato novo relevante. No caso Lula, até agora, parece não haver fato novo, só o lenga-lenga de sempre, para o qual está havendo respostas populares fulminantes, mormente na INTERNET, tais como "Erros de Luís" e o áudio falso atribuído a Leonardo (https://veja.abril.com.br/entretenimento/cantor-leonardo-vai-processar-autor-de-audio-falso-sobre-lula/). Estas manifestações devem ser vistas também pelo seu aspecto sociológico. Via de regra, quando a celebridade é injustiçada ocorre a santificação, quando a mesma fica transparente para o povo (Caso Jesus Cristo), ou a demonização, quando os injustos promovem o acobertamento (Caso Luís Carlos da Serra Negra). Por outro lado, quando a celebridade é justiçada, no sentido de que algo ruim lhe acontece devido ao mal que praticou, via de regra, ocorre a "judificação" (Caso Judas Iscariotes). Lula não será demonizado, pois sua condenação se deu através da via judicial, a qual é, em princípio, científica e transparente. Lula está, portanto, entre a judificação e a santificação. A santificação está difícil, pois teria que desconstruir todos os processos judiciais em curso, inclusive as duas condenações que teve, além de muitas outras a elas vinculadas. Se Lula realmente é santo, tal como os petistas mais convencidos dizem, Lula (só ele, sem a mão invisível de terceiros) terá que fazer o milagre para poder escapar da "judificação" em curso.

sábado, 25 de agosto de 2018

José de Abreu Bacelar e os judeus no Rio de Janeiro

Quase todos nós já ouvimos a história de Domingos Afonso Sertão, o qual era muito rico. Mas porque era rico? Diz-se que era fazendeiro e tinha muitas fazendas. Mas porque os outros também não eram como eles? A resposta é que ele era rendeiro, e até deixou problemas para o fisco, pois devido à sua morte não pode cumprir integralmente os contratos (OFÍCIO de João da Maia da Gama, a Antônio Marques Cardoso, sobre o falecimento do contratador dos dízimos reais do Piauí, Domingos Afonso, descrevendo o procedimento a ter por este não haver cumprido as condições do contrato. AHU). Os rendeiros eram pessoas que ganhavam o direito de cobrar os impostos do Reino Português após ganharem os respectivos leilões. Era um trabalho perigoso, pois nesta época os índios invadiam até a vila da Moucha e arraiais próximos (Carta de João da Maia da Gama para Antônio Marques Cardoso em 25/09/1728, AHU_ACL_CU_016, Cx.1, D.40). Luís Carlos da Serra Negra, por exemplo, foi rendeiro em Marvão do Piauí. José de Abreu Bacelar, seu tio, foi rendeiro no Rio Parnaguá, no sul do Piauí. Se conseguissem arrecadar mais do que o que tinham pago no leilão, enriqueciam. José ficou muito rico, pois foi rendeiro durante muitos anos. Mas como José conseguiu dinheiro para participar e ganhar leilões? Só vejo uma explicação plausível: José teria "herdado" de sua esposa Brites da Costa (foi condenada por heresia e apostasia, além de ter todos os bens tomados), de seu sogro Manoel de Paredes da Costa e sua mulher Izabel Gomes da Costa e talvez dos demais parentes destes,  os quais foram presos por judaismo e levados para cumprir pena em Lisboa em 1712. Como Cavaleiro da Ordem de Cristo José tinha o foro privilegiado da época e pode sim, ter ficado com parte dos bens dos ricos parentes de sua jovem esposa, cujos bisavós foram os primeiros judeus ricos do Rio de Janeiro e que construiram a Igreja de Nossa Senhora da Apresentação (http://nsapresentacao.org/site/historia/), a primeira do Rio de Janeiro. O engenho principal de Manoel de Paredes ficava em Sapopema e lá havia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Nos autos, estranhamente, não é citado se Brites tinha filhos, seja com José ou com seu falecido marido Manoel Pestana de Brito. Muitas eram as pessoas livres vinculadas aos engenhos de Manoel de Paredes, tais como as que testemunharam a favor de Brites: Pedro Vieira, Manoel Vaz Coelho, Pe. Bernardo de Almeida, Izabel Proença, Andreza Almeida, Pedro Vieira Homem. É uma conjectura muito óbvia que José tornou-se o líder destas pessoas livres que trabalhavam nos engenhos. E se o José de Abreu Bacelar for o mesmo (e deve ser, pois não se faziam Cavaleiros da Ordem de Cristo todo dia!) que foi para o rio Parnaguá no Piauí, então deve ter levado alguns "cariocas" com ele. E eram pessoas experientes em finanças, pois já operavam até com exportação.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

A casa do avô de Luis Carlos da Serra Negra



Aqui morou Luís Carlos Pereira de Abreu Bacelar e seus pais Bento e Leonor.

Resultado de imagem para Senhor da Quinta do Outeiro, na Freguesia de São Pedro de Alvite, em Cabeceiras de Basto

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Casa da Torre na freguesia de Alvite no concelho de Cabeceiras de Basto município de Guimarães, Minho (PT) (FONTE: http://momentosnumolhar.blogs.sapo.pt/62407.html), a qual pertenceu a Bento Ferreira de Moraes, pai do mestre de Campo Luis Carlos Pereira de Abreu Bacelar, Capitão-Mor de Parnaíba-PI e Valença-PI. Esta casa é do século XVII. Os detalhes foram feitos por Rosendo de Abreu Leite Pereira, Sargento Mor de Braga, filho de Bento, no século XVIII. Era um sítio familiar e casas mais antigas haviam. Hoje, só o solar e a igreja. Está intacta, tombada (http://www.patrimoniocultural.gov.pt/media/uploads/consultaspublicas/ERCasaTorre.pdf) mas abandonada. É uma pena.

Nota (em 11.07.2019): de https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4216510 (folha 18) fica muito claro, do testemunho do lavrador Gervazio Caetano, que Bento Ferreira de Morais e sua mulher Leonor moravam na Casa da Torre de Alvite.


Fonte: https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4216510

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

EUREKA: Dia do Piauí

O que é mais poético e importante: a corrida de Arquimedes pelado ou a descoberta de sua mais famosa lei da Física?  Bem, hoje "corri pelado", confinado no interior do Teatro Quatro de Setembro em Teresina, o qual tem tal nome porque é o dia no qual a Capitania do Piauí ficou independente da do MARANHÃO, 4/9/1810, via Carlos Cesar Burlamaque e Luís Carlos da Serra Negra, este último, meu 5-avô. Quero até pedir desculpas aos gloriosos cidadãos (comum a ambos os gêneros ou quaisquer outros, mormente piauienses!) que compareceram a esse maravilhoso evento que foi o Bicentenário da Adesão do Piaui à INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. Eu vibrei exageradamente, além do maximalmente imaginável. Tudo o que a Governadora falou, bateu, exatamente, com meus escritos juntos com o Dr. Desembargador Professor Carlos Augusto Pires Brandão (agora botei pronomes de tratamento, Dr. Caíto! KKK!), sempre obedientes à Cavalgada da Missão dos Aroazes e às tradições do Vale do Sambito. O Estado é a instituição maior e, a verdade por ele chancelada, a maior das verdades. E aquela governadora "velhinha" a qual ordenou em público ao novo governador que cuidasse da História, chancelou a nossa História verdadeira, a revisão da História da política colonial do Piaui que temos feito (apesar de nossos nomes nem terem sido citados. Ainda é cedo e nisso ela acertou!).  Nesse evento me mantive doido de alegria, sempre pedindo palmas para as instituições piauienses (foi bonito quando puxei aplausos à UFPI, correspondidos ao fundo!). A sociedade brasileira e o mundo estão divididos e em grande perigo. Mas a esperança está viva, existe o Piauí, a mais isolada Civilização da História, originada de índios resistentes e um magote de 400 degredados, postos aqui para morrerem. Ainda hoje, vivemos, num dos mais inóspitos mundos, somos a resistência máxima do ser humano, a glória de Deus!

sábado, 10 de agosto de 2019

ESCOLA PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO: MAIS UMA POLÊMICA

Qando ele foi eleito eu disse: vai ser o mais cobrado da história. O que eu não sabia era que a própria história seria cobrada por ele. Vamos direto à confusão. O Primeiro Vice-Presidente da Confederação Nacional do Comércio, Valdeci Cavalcante, com o apoio do Prefeito de Parnaíba, o famoso Mão Santa, fez através da FECOMÉRCIO a Escola Presidente Jair Messias Bolsonaro em um prédio histórico supostamente abandonado, o qual estava sob a administração da Universidade Estadual do Piauí-UESPI. Está marcada a inauguração dela para o dia 14/08/2019.
Antes de ontem (08/08/2019) o Reitor da UESPI enviou Ofício para o Procurador Geral do Estado do Piauí, conforme segue, solicitando providências judiciais cabíveis, pedindo regularização da posse deste maravilhoso e caríssimo prédio que fica no "miolinho" de Parnaíba, na Rua Capitão Claro/São Sebastião:


https://portalaz.com.br/noticia/geral/17555/reitor-pede-escola-de-volta-e-valdeci-manda-que-ele-se-olhe-no-espelho

O estranho é que só agora o administrador toma conhecimento de que o prédio nem escritura tem. E como é que ficou assim sem escritura? Como explicar um mistério desses? E porque ele se chama, Miranda Osório? É aí onde justifico que Bolsonaro está cobrando a História do Piauí, a qual é tão importante quanto as escolas pois, se é na escola que se aprende a História, fica difícil aprender ou ensinar sem história para contar. Por enquanto, a única contribuição que posso oferecer é transcrever algumas passagens do livro Informações Genealógicas Relativas a Luiz Carlos da Serra Negra onde o Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Osório é mencionado: (https://www.academia.edu/34310855/Informa%C3%A7%C3%B5es_Geneal%C3%B3gicas_Relativas_a_Luiz_Carlos_da_Serra_Negra):
____________
"Em 21/01/1818, na Fazenda Tapera, Claro Luiz Pereira de Abreu Bacellar faz uma procuração para os seguintes procuradores:
1. Em Valença: Capitão-Mor Antonio Joze Leite Pereira de Castello Branco, Capitão Vasco Joze Pereira de Abreu Bacellar, Capitão Antonio Soares da Silva, advogado Manoel Joze Barboza de Godois;
2. Em Oeiras: Manoel Pinheiro de Miranda Ozorio; Capitão Francisco de Souza Mendes, advogado Bernardo Joze de Mello, advogado Mauricio Pereira Falcão;
3. Em Campo Maior: Dr. Miguel Borges Leal Castello Branco, advogado Ignacio Francisco Freyre, Capitão Antonio Joze de Araujo Bacellar;
4. Em Caxias: Capitão João Bento de Britto, Joaquim Joze das Neves, Capitão Antonio Francisco de Sá;
5. Em São Luis do Maranhão: Dr. Joze Francisco Souto, Dr. Patrício Joze de Almeida e Silva, Dr. Manoel da Paixam Zaqueo;
6. Bahia: Francisco Lopes Duarte, Manoel Teles da Veiga, Antonio Jorge dos Santos;
7. Rio de Janeiro: Capitão Carllos Mathias Pereira, Capitão Joze de Artiago de Souto Maior, Tenente Coronel Francisco Manoel da Cunha.
As testemunhas foram Lucio Pereira de Abreu Bacellar e Florencio Joze Leite Pereira. O registro foi feito em Valença em 21/01/1818, pelo Juiz Ordinário Valentim Joze dos Anjos [Caixa Valença Judiciário nº 450]".
__________________
"Acerca do mesmo capitão-mor, transcrevemos um ofício encaminhado pela Junta de Governo do Piauí recém-independente:
“Ilustríssimo Senhor

Não ser oculto a Vossa Senhoria o feliz acontecimento do dia 24/01/1823 no qual felizmente aclamamos a Nossa Independência e nosso Augusto Imperador mas tão bem lhe será manifesto que desta mesma província marchou com forças de tropas de linha milícias contra a Villa da Parnahiba por ter aclamado a Independencia, o ex-governador das Armas Fidié ao qual esta mesma Junta oficiou para que depuzesse o governo e entregasse o Governo da Força ao Capitão Miguel Pimenta de Sampaio, porém este homem querendo ser outro Madeira no Norte não somente não quis depor  o governo das Armas , mas ainda marcha com as forças que tem e tropas auxiliadoras do Maranhão a invadir a Província e derribar a Systema da Independencia. Hoje pelas sette horas da manha recebeo esta Junta hú Oficio em que certificava esta marcha pedindo forças para se opor contra este malvado. Nestas circunstancias marchamos com toda a tropa que temos mas ainda assim precizamos auxilio das Províncias independentes por que não sabemos ate honde a luta poderá chegar. Por essa razão tendo esta Junta pleno conhecimento de que Vossa Senhoria hé hú dos honrados Brazileiros que defende a honra da Nação e do Imperador e mesmo conhecendo por executor de Ordens por isso determinou mandar a Joaquim Pedro da Costa Lobo para de voz viva participar a Vossa Senhoria o perigo iminente em que está a Província e quanto hé precizo para Salvação da Pátria o prompto Socorro. Espera pois esta Junta no brio, honra e amor de Vossa Senhoria para com a Nação e o Augusto Monarca Protetor que não haja de faltar a hú dever tão sagrado pelo qual seo nome ficará imortalizado nos fastos da estória  = Sobre o número da tropa que Vossa Senhoria deverá mandar esta Junta não arbitra com peito certo, porém sim o maior possível e tudo bem armado maxime com armas de fogo e tudo mais quanto for a bem da Santa Cauza, o nosso enviado exporá a Vossa Senhoria. Deos guarde a Vossa Senhoria. Palácio do Governo de Oeiras, 16 de março de 1823. Manoel de Souza Martins Prezidente = Joaquim de Souza Martins Tenente Coronel Governador das Armas, Manoel Pinheiro de Miranda Ozório Secretário. Ignácio Francisco de Araújo Costa = Miguel Jozé Ferreira = Honorato Jozé de Moraes Rego.
Ilustríssimo Senhor Capitão-Mor Liberato Jozé Leite Pereira de Castello Branco
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 "[17] O traslado de seu testamento, do qual foi testamenteiro universal o Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Ozório, encontra-se na caixa Nº 453 do Judiciário de Valença-PI do APPI" (Nota de rodapé relativa ao Testamento do Capitão Mor de Valença Antônio José Leite Pereira Castelo Branco). 
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"O capitão Reinaldo Pereira de Abreu Bacellar foi curador dos menores no Inventário do Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Ozorio e sua mulher Maria Magdalena Ozorio em 11/09/1854 [Caixa Judiciário Valença n° 450 APPI]".
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Se o terreno desse prédio tiver pertencido ao glorioso Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Ozório,  com estas informações acima (mormente a última) talvez seja possível descobrirmos o mistério da inexistência do título de propriedade do prédio Miranda Osório. Quanto às providências cabíveis que o Reitor da UESPI pede, a melhor será deixar a Escola funcionar em paz para o bem do Povo de Parnaíba. Espero que o Presidente da Nação venha sempre e me coloco à inteira disposição da FECOMÉRCIO para ajudar a Escola Presidente Jair Messias Bolsonaro em tudo o que ela precisar!