sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Fachin está a usar psicologia reversa?

Se ele está, não sei, mas funcionou. Fachin tem apanhado tanto lá na segundona que nem mesmo duvido que ele tenha usado psicologia reversa. A dúvida toda residiu no fato de que talvez tenham entendido que o impedimento de candidatura tivesse como fundamento a prisão provisória e não a lei da Ficha limpa.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Bolsonaro é conservador?

OS PAÍSES MAIS CONSERVADORES QUE EXISTEM SÃO OS NÓRDICOS, A SUÍÇA E A ESCÓCIA. OU SEJA, OS MELHORES PARA SE VIVER.

Se fôssemos "pensar" a partir das tantas besteiras que se diz no Brasil sobre o conservadorismo, os países mais conservadores deveriam ser aqueles onde se vive pior, tais como o Brasil. O princípio do conservadorismo verdadeiro, que impera nos países acima citados é: 

Na sociedade, não crie nada errado, não destrua e nem substitua o que já foi provado que é bom sem provares antes que o substituto é melhor. 

No Brasil tem funcionado assim: 

Se algo é bom, o adapte para que não preste e conserve o erro. Teste aleatoriamente e saia por aí mudando tudo, até que apareça o algo pior e, de preferência, faça os testes iniciais no Piauí, pois lá é o "cadinho do inferno" desde a reforma agrária portuguesa alí implantada. 

E o que é que isto tem a ver com o Bolsonaro? Bem... É que apareceu, dizem, uma coautora do livro (aquele que ele não pôde mostrar no GN da Globo: originalL, https://www.babelio.com/livres/Zep-Le-guide-du-zizi-sexuel/20745) a qual teria dito que o jovem Bolsonaro teria gostado do livro. Eu não duvido nem que o Bolsonaro atual goste. O que eu não gosto é da ineficácia deste argumento incompleto. Se os pais são responsáveis pelos filhos, os autores deveriam mostrar também nas discussões midiáticas (além do livro) argumentos,  para convencer os pais. E com quais argumentos os autores provarão aos adultos de hoje que o jovem Bolsonaro teria gostado do livro? E o "teria gostado" é argumento para provar que o livro é bom para nós todos, hoje? Eu aconselharia as pessoas a se informarem como este livro foi aplicado pelos governos dos países nórdicos, se é que foi.

sábado, 25 de agosto de 2018

João Pereira Caldas e os bens de José de Abreu Bacelar

Informado por genealogistas portugueses, inclusive António Maria Abreu Bacelar de Torres Fevereiro, tomei conhecimento de que os filhos de Bento Ferreira de Morais foram os seguintes:

1.  António Ferreira de Abreu Bacelar, Abade de S. Pedro de Britelo em Celorico de Basto e Comissário do Santo Ofício;

2.    Rosendo de Abreu Leite PEREIRA, foi baptizado a 22 de Abril de 1683 in Cabeceiras de Basto, freguesia de S. Pedro de Alvite e morreu a 19 de Fevereiro de 1742 na Casa de Mozes, Santa Senhorinha de Basto. Casou com D. Josefa de Távora e Mariz em Santa Senhorinha de Basto a 26 de Julho de 1723. Capitão de Infantaria nas Guerras da Sucessão de Espanha, Sargento-Mór da Comarca de Guimarães, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, alvará de 10-8-1716, Fidalgo de Cota de Armas, carta de 14-6-1738. "Proprietário do Ofício de Tabelião, Judicial e Notas da Comarca de Cabeceiras de Basto, Coutos de Abadim, Refoyos, e de Escrivão da Almotaçaria do dito Couto de Refoyos, os quais serviu seu Pai por mais de cinquenta anos" (Carta de proprietário passada em Lx.ª em 8-2-1742). Senhor da Torre de Alvite;

3.  Teodósio José Pereira de Morais, morreu solteiro;

4.  José de Abreu Bacelar (batizado em 07/02/1692 no Outeiro, freguesia de São Pedro de Alvite, conselho de Cabeceiras de Basto, comarca de Guimarães, bispado de Braga. Foram padrnhos Boaventura Carneiro e sua irmã Catharina Rebella do Alvaro), passou ao Brasil onde teve uma casa das mais ricas daquele estado que deixou a seu irmão Luís Carlos;

5.  Luís Carlos Pereira Bacelar passou ao Brasil onde casou com uma Fidalga muito distinta e ficou herdeiro de seu irmão José de Abreu.
http://arquidiocese-braga.pt/paroquias?id=207
Igreja paroquial do Outeiro, Alvite, Cabeceiras de Basto


Nos AUTOS DE PETIÇÃO DE D. ÚRSULA TERESA E DE SUAS IRMÃS (https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4216510) consta que Bento Ferreira de Morais e sua esposa Leonor de Abreu Bacelar tiveram mais os seguintes: 

6. Clara Joana (batizada em 25/04/1677, +1764. Padrinho foi o Pe. Domingos de Abreu Bacelar, abade de São Clemente de Bastos);

7. Catarina Josefa (batizada em 22/06/1697, +01/1765. Padrnho Matheus Pereira Aleixo e sua irmã Dona Catharina, filhos de Antonio Leite Pereira do Barrozam);

8. Ursula Teresa de Abreu Leite Pereira (20/11/1697);

9. Jacinta Luiza (15/02/1691);

10. Suzana Maria (26/01/1696). 

11. Paula Anastácia  (batizada em 25/04/1702)

Leonor e Bento casaram em outubro de 1675 em São Clemente de Basto. Ela morreu em 16/02/1736 e Bento em 06/08/1738. 

Estas irmãs passaram procuração para João Pereira Caldas em 02/10/1766 para este receber a herança delas deixada no Piauí, em testamento de JOSÉ DE ABREU BACELAR, irmão legítimo das mesmas. Inclusive com possibilidade de subestabelecer. 

Cronologia:
1. 20/09/1757. Marquês de Pombal, que não era nobre tradicional (perseguia os jesuítas e os nobres tradicionais e privilegiava os bajuladores sedentos), consegue declarar que os jesuítas são "persona non grata" na Corte.
2. 29/07/1758. Nomeação de João Pereira Caldas para governador do Piauí.
3. 03/09/1758. Atentado contra o rei de Portugal.
4. 09/01/1759. Prisão dos jesuítas na fortaleza de São Julião, Portugal.
5. 17/09/1759. João Pereira Caldas chega a Oeiras do Piauí.
6. Dezembro de 1759. Prisão dos jesuítas no Brasil.
7. 10/03/1760. Sequestro dos bens de José de Abreu Bacelar.
8. 21/10/1760. Informam que vão tirar devassa a José de Abreu Bacelar.

José de Abreu Bacelar e os judeus no Rio de Janeiro

Quase todos nós já ouvimos a história de Domingos Afonso Sertão, o qual era muito rico. Mas porque era rico? Diz-se que era fazendeiro e tinha muitas fazendas. Mas porque os outros também não eram como eles? A resposta é que ele era rendeiro, e até deixou problemas para o fisco, pois devido à sua morte não pode cumprir integralmente os contratos (OFÍCIO de João da Maia da Gama, a Antônio Marques Cardoso, sobre o falecimento do contratador dos dízimos reais do Piauí, Domingos Afonso, descrevendo o procedimento a ter por este não haver cumprido as condições do contrato. AHU). Os rendeiros eram pessoas que ganhavam o direito de cobrar os impostos do Reino Português após ganharem os respectivos leilões. Era um trabalho perigoso, pois nesta época os índios invadiam até a vila da Moucha e arraiais próximos (Carta de João da Maia da Gama para Antônio Marques Cardoso em 25/09/1728, AHU_ACL_CU_016, Cx.1, D.40). Luís Carlos da Serra Negra, por exemplo, foi rendeiro em Marvão do Piauí. José de Abreu Bacelar, seu tio, foi rendeiro no Rio Parnaguá, no sul do Piauí. Se conseguissem arrecadar mais do que o que tinham pago no leilão, enriqueciam. José ficou muito rico, pois foi rendeiro durante muitos anos. Mas como José conseguiu dinheiro para participar e ganhar leilões? Só vejo uma explicação plausível: José teria "herdado" de sua esposa Brites da Costa (foi condenada por heresia e apostasia, além de ter todos os bens tomados), de seu sogro Manoel de Paredes da Costa e sua mulher Izabel Gomes da Costa e talvez dos demais parentes destes,  os quais foram presos por judaismo e levados para cumprir pena em Lisboa em 1712. Como Cavaleiro da Ordem de Cristo José tinha o foro privilegiado da época e pode sim, ter ficado com parte dos bens dos ricos parentes de sua jovem esposa, cujos bisavós foram os primeiros judeus ricos do Rio de Janeiro e que construiram a Igreja de Nossa Senhora da Apresentação (http://nsapresentacao.org/site/historia/), a primeira do Rio de Janeiro. O engenho principal de Manoel de Paredes ficava em Sapopema e lá havia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Nos autos, estranhamente, não é citado se Brites tinha filhos, seja com José ou com seu falecido marido Manoel Pestana de Brito. Muitas eram as pessoas livres vinculadas aos engenhos de Manoel de Paredes, tais como as que testemunharam a favor de Brites: Pedro Vieira, Manoel Vaz Coelho, Pe. Bernardo de Almeida, Izabel Proença, Andreza Almeida, Pedro Vieira Homem. É uma conjectura muito óbvia que José tornou-se o líder destas pessoas livres que trabalhavam nos engenhos. E se o José de Abreu Bacelar for o mesmo (e deve ser, pois não se faziam Cavaleiros da Ordem de Cristo todo dia!) que foi para o rio Parnaguá no Piauí, então deve ter levado alguns "cariocas" com ele. E eram pessoas experientes em finanças, pois já operavam até com exportação.

domingo, 19 de agosto de 2018

Lula e o comitê de direitos humanos da ONU

Já está muito claro que a Justiça Brasileira não tem obrigação de cumprir o que diz o Comitê formado por especialistas independentes, cujas decisões não implicam uma decisão mandatória da ONU. Mas o que este posicionamento do Comitê significa na prática? Significa que devemos acabar com tantas instâncias, acelerar os processos contratando muito mais juízes ou acabar com o excesso de ações no Brasil, para fazer fluir melhor os processos. Resumindo: se quizermos ter o luxo de tantas instâncias para os criminosos, deveremos ter processos rápidos. Estes crimes  do tal triplex começaram a ser praticados há muito tempo. Até certo ponto a Lei da Ficha Limpa é uma gambiarra contra o fluxo lento dos processos contra os políticos. Como gostamos de viver de gambiarras, somos também obrigados a conviver com situações como as que estamos vivendo, com o Lula deitando e rolando, mesmo preso.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Para não dizerem que não escrevi sobre o preso "candidato"

As notícias sobre a eleição andam tão ridículas que dei uma paradinha, passei a escrever mais sobre o passado. Porém, agora retorno, pois brevemente estaremos livres da parte mais chata, que é dar atenção a um suposto candidato preso. Algumas reportagens estão a dizer erroneamente que a lei deu uma brecha para Lula ser candidato. Quem diz isso vê a CF 88 apenas como SUBSUNÇÃO, jamais como PONDERAÇÃO, como prescreve a moderna teoria constitucional alexiana em todo o Mundo, onde as coisas prestam. Acabou-se o tempo das brechas, das malandragens. Lula deverá ter as suas vontades refutadas e se concentrar no cumprimento de sua pena, que é de 2 anos em regime fechado, com posterior progressão. E parar com a encenação. O país não pode se tornar refém de um réu duplamente condenado e já preso.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Igreja da Missão dos Aruazes

File:Escola Portuguesa - Morte do Padre Filipe Bourel.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a4/Escola_Portuguesa_-_Morte_do_Padre_Filipe_Bourel.jpg

O rei de Portugal, antes de 1729, pede ao governador do Maranhão João da Maia da Gama para visitar o Piauí e então este vai para Oeiras e resolve fazer uma visita especial até Aroazes, fazendo alguns comentários sobre o lugar e a Missão, a qual ele diz que é dos índios. O registro eclesiástico abaixo (Figura 1) confirma a idéia deixada pelo governador. Notem que o padre faz uma desobriga e não especifica se o templo é de Nossa Senhora da Conceição ou do Ó. Apenas diz MISSÃO DOS ARUAZES. Isto é uma indicação inequívoca de que a Missão, em seus primórdios, não estava vinculada obrigatoriamente à devoção a Nossa Senhora da Conceição, a qual era independente e talvez até anterior na região (Maia da Gama e Pe. Gilberto Freitas apontam no sentido de que a devoção a Nossa Senhora do Ó é mais recente). A Missão está, portanto, vinculada aos missionários que a fizeram e aos índios, como bem diz João da Maia da Gama (http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/PeloImperio/AGC-PeloImperio-N100&p=35). Mas fica uma indagação: quais missionários iniciaram e construíram a Missão dos Aroazes? 

    Figura 1. Desobriga na Missão dos Aroazes em 1849

Em "A educação destinada a algumas crianças no Piauí (1730-1859)" é afirmado que Gabriel Malagrida criou a Missão do Aroazes em 1725. Não vi neste texto maiores informações. Serafim Leite em seu tratado sobre a história dos jesuítas não desce a detalhes em relação a Aroazes. No entanto, convém lembrarmos que o Padre Filipe Bourel, o mesmo que criou a Missão do Apodi, pode também ter sido, juntamente com seu companheiro de viagem de 200 léguas Joannes Gintzel, o criador da Missão dos Aroazes, pois sua primeira missão ao chegar à Bahia em 1693 foi andar 200 léguas no Piaui e Rio São Francisco (Nota bibliográfica em SERAFIM LEITE). Em http://cupress.cuni.cz/ink2_stat/dload.jsp?prezMat=99910 é afirmado que em julho de 1696 todos os jesuítas foram expulsos da região do rio São Francisco pelos colonos portugueses. De posse desta pista conjecturo o seguinte: o grupo do professor de matemática Filipe Bourel estava a construir o Templo da Missão dos Aroazes quando foi expulso pelos colonos em 1696. 

    Figura 2. Batismo de Sebastiana, filha do Coronel Domingos, índio forro, na Fazenda Tapera

Veja também a seguinte citação, a qual reforça a nossa proposta: 
"Contudo, o projeto dos jesuítas esbarrava nos interesses dos sesmeiros e curraleiros da Casa da Torre. No final do século XVII, a mando das “mulheres da Torre” (assim eram chamadas vulgarmente a viúva do Francisco Dias d’Ávila, Leonor Pereira Marinho e sua mãe Catarina Fogaça, irmã do Francisco Dias d’Ávila), o procurador da Casa da Torre de Tatuapara, Antonio Gomes de Sá, expulsou os jesuítas Filipe Bourel e mais quatro missionários das aldeias de Acará, Curumambá e Sorobabé. Os confrontos entre missionários e a Casa da Torre não eram novidades, pois, em março de 1669, o segundo Garcia d’Ávila já havia destruído as igrejas das missões do Itapicuru, Geremoabo e Caimbé ou Massacará. Neste mesmo ano, a guerrilha dos d’Ávila também destruíra as missões de Santo Inácio, Santa Cruz e a de São Francisco Xavier, fundadas pelos padres João de Barros e Jacob Roland em 1666." (http://anpuhba.org/wp-content/uploads/2013/12/Solon-Santos.pdf).
Outra pista em direção a Bourel é o fato de que a imagem aérea (https://www.google.com/maps/search/igreja+near+aroazes,+piau%C3%AD/@-6.1113703,-41.7893736,197m/data=!3m1!1e3) nos diz claramente que a área da Missão é um retângulo áureo situado entre as travessas "Salgado Filho" e "P Silva" e as avenidas "Dos jesuítas" e "Vinte e sete de fevereiro". Além disso, seguindo a espiral áurea, a área onde está a igreja é exatamente o quarto retângulo áureo e a área complementar deste retângulo em relação à área total são três "quadrados áureos inscritos numa espiral áurea". Só um pitagórico deixaria pegadas tão pitagóricas.  


    Figura 3. Vínculo genealógico do autor com Aroazes

domingo, 12 de agosto de 2018

A criação da vila de Piracuruca

Sabemos que Piracuruca é lugar muito antigo e que sua famosa Igreja de Nossa Senhora do Carmo é da primeira metade do séc. XVIII, tendo sido, inclusive visitada por Gabriel Malagrida. Entretando, a vila de Piracuruca, por incrível que pareça, é muito mais jovem do que a Vila Nova do Poty. Abaixo, segue cópia do documento original:






Achei também o registro do segundo casamento de Albino Borges Leal, um dos mais marcantes personagens da história de Piracuruca. Dizem que ele foi frontalmente contra a transferência da capital para Teresina.


sábado, 11 de agosto de 2018

D. Clara Castelo Branco na Serra Negra em 1718?

A 24 de junho de 1718 no Putuhy, Fazenda da Serra, o Comissário Manoel Carvalho de Almeida e sua mulher Dona CLARA CASTELO BRANCO foram padrinhos de CLARA, filha legítima do Sargento Mor João Rabello Bandeira e sua mulher Feliciana da Silva. Quem batizou Clara foi o Frei Miguel Soares da Fonseca sob a licença do Padre Thomé Carvalho Silva, o primeiro padre da paróquia de Nossa Senhora da Vitória de Oeiras. Achei este documento há muitos anos atrás e só agora notei a grande importância histórica dele. Segundo o padre Cláudio Melo esta nobre senhora foi uma das primeiras a viver no Piauí. Em face deste registro, tem muita lógica o que disse aquele homem sábio, pois da descoberta do rio Piauí em 1882 até 1718 são apenas 36 anos. É óbvio que este batizado se deu na região de Aroazes, abaixo do Poty (Putuhy), pois neste período já existia a paróquia de Santo Antônio dos Alongazes.


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Casa da Tapera era um quartel

Existem registros de desobrigas na Fazenda da Tapera em 1733. Em 1810 ela abrigava um quartel sob o comando de João Leite Pereira de Castelo Branco, o qual viria a ser o substituto de Luís Carlos da Serra no governo do Piaui.




Documento escrito pelo último Capitão Mor de Valença do Piaui e chefe das operações encobertas na guerra pela independência.