sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Se perdendo com as palavras

Certos políticos estão se perdendo nas propinas. Outros, nas palavras. Veja esta pérola de Marta Suplicy:
 
 
O problema não é que ela não esteja sendo sincera. É que não cola!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

E agora Palocci?

O ex-ministro Antonio Palocci (PT)

As coisas ficaram complicadas para Palocci, o qual sempre dava um jeito de se sair bem das encrencas nas quais se meteu. Com este bloqueio milionário, tudo se fecha, tudo fica mais difícil. Acompanhamos o caso Francenildo de perto, inclusive o sofrimento da mãe dele aqui no Piauí. Para o caseiro Francenildo, as coisas vão se encaminhando devagar, mas estão melhorando.

Resultado de imagem para prisao palocci
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/09/preso-na-35-fase-da-operacao-lava-jato-antonio-palocci-chega-curitiba.html

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Só português, matemática e inglês

Temer em cerimônia de apresentação da reforma do currículo do ensino médio - Marcos Corrêa/PR
 
Até que enfim apareceu um governo que teve coragem de colocar a cara à tapa em relação a esta questão que sempre atrasou o Brasil em relação aos países mais tecnológicos. Enquanto os alunos destes países aprendiam mais matemática e linguagens, os nossos ficavam empancados. Eu não botava fé nenhuma neste Mendonça. Mas, às vezes, os bons frutos saem do pé de pequi mesmo. Depende da fome e da qualidade da farinha. O Brasil está com muita fome de matemática, português e inglês. Até eu, agora, fiquei com vontade de estudar mais matemática. E não me venham com humanismos de plantão, pelo amor de nossos filhos, os quais hoje são considerados, em média aritmética, os mais burros do Mundo. Mas vai haver mais necessidade de bons professores e, bons professores de matemática, são os que sabem, conhecem a matemática em grande quantidade e profundidade. 

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Lula é réu: despacho de Sérgio Moro

http://estaticog1.globo.com/2016/09/20/Evento-28-DESPADEC.pdf

Discurso de Michel Temer na ONU

Resultado de imagem para michel temer

"Senhor Peter Thomson, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Senhor Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas, Senhoras e Senhores Chefes de Estado, de Governo e de Delegações, Senhoras e Senhores, O Brasil traz às Nações Unidas sua vocação de abertura ao mundo. Somos um país que se constrói pela força da diversidade. Acreditamos no poder do diálogo. Defendemos com afinco os princípios que regem esta Organização. Princípios que são, hoje, mais necessários do que nunca.
O mundo apresenta marcas de incerteza e de instabilidade. O sistema internacional experimenta um déficit de ordem. A realidade andou mais depressa do que nossa capacidade coletiva de lidar com ela. De conflagrações regionais ao fundamentalismo violento, confrontamos ameaças que, velhas e novas, não conseguimos conter.
Frente à tragédia dos refugiados ou ao recrudescimento do terrorismo, não nos deixa de assaltar um sentimento de perplexidade. Os focos de tensão não dão sinais de dissipar-se. Uma quase paralisia política leva a guerras que se prolongam sem solução. A incapacidade do sistema de reagir aos conflitos agrava os ciclos de destruição. A vulnerabilidade social de muitos, em muitos países, é explorada pelo discurso do medo e do entrincheiramento. Há um retorno da xenofobia. Os nacionalismos exacerbados ganham espaço.
Em todos os continentes, diferentes manifestações de demagogia trazem sérios riscos. Mesmo no domínio econômico, o mundo carece de normas que atenuem as assimetrias da globalização. Muitos cedem à resposta fácil do protecionismo. Não nos podemos encolher diante desse mundo. Ao contrário, temos de nos unir para transformá-lo. Transformá-lo pela diplomacia – uma diplomacia equilibrada, mas firme. Sóbria, mas determinada. Uma diplomacia com pés no chão, mas com sede de mudança. É assim que o Brasil atua, na nossa região e além dela. Um país que persegue seus interesses sem abrir mão de seus princípios.
Queremos para o mundo, Senhor Presidente, o que queremos para o Brasil: paz, desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos humanos. Esses são os valores e aspirações de nossa sociedade. Esses são os valores e aspirações que nos orientam no plano internacional. Queremos um mundo em que o direito prevaleça sobre a força. Queremos regras que reflitam a pluralidade do concerto das nações. Queremos uma ONU de resultados, capaz de enfrentar os grandes desafios do nosso tempo.
Nossos debates e negociações não podem confinar-se a estas salas e corredores. Antes, devem projetar-se nos mercados de Cabul, nas ruas de Paris, nas ruínas de Aleppo. As Nações Unidas não podem resumir-se a um posto de observação e condenação dos flagelos mundiais. Devem afirmar-se como fonte de soluções efetivas. Os semeadores de conflitos reinventaram-se. As instituições multilaterais, não. O Brasil vem alertando, há décadas, que é fundamental tornar mais representativas as estruturas de governança global, muitas delas envelhecidas e desconectadas da realidade. Há que reformar o Conselho de Segurança da ONU. Continuaremos a colaborar para a superação do impasse em torno desse tema.

Senhor Presidente, Muitos são os desafios que ultrapassam as fronteiras nacionais. Entre eles, o tráfico de drogas e de armas, que se faz sentir nas nossas cidades, nas nossas escolas, nas nossas famílias. O combate ao crime organizado requer que trabalhemos de mãos dadas. A segurança de nossos cidadãos depende da qualidade de nossa ação coletiva. A guerra na Síria continua a gerar sofrimento inaceitável. As maiores vítimas são mulheres e crianças. É inadiável uma solução política.
Exortamos as partes a respeitarem os acordos endossados pelo Conselho de Segurança e a garantir o acesso de ajuda humanitária à população civil. Também nos preocupa a ausência de uma perspectiva de paz entre Israel e Palestina. O Brasil apoia a solução de dois Estados, em convivência pacífica dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. É responsabilidade de todos dar novo ímpeto ao processo negociador.
Outro motivo de preocupação é a falta de progresso na agenda de desarmamento nuclear. Hoje, há mais de 15 mil armas nucleares no mundo. São mais de 15 mil ameaças à paz e à segurança internacionais. O mais recente teste nuclear na Península Coreana não nos deixa esquecer o perigo que também representa a proliferação nuclear. O Brasil fala com a autoridade de um país onde o uso da energia nuclear para fins exclusivamente pacíficos é obrigação inscrita na própria Constituição.
Mas nem tudo são más notícias. Há exemplos conhecidos – já citados em diferentes oportunidades – do que podemos obter por meio do diálogo. Celebramos a vitória da diplomacia na condução do dossiê nuclear iraniano. Encorajamos o pleno cumprimento dos entendimentos alcançados. Com os acordos entre o governo colombiano e as FARC, vislumbramos o fim do derradeiro conflito armado de nosso continente. Cumprimento o Presidente Juan Manuel Santos e todos os colombianos.
O Brasil continua disposto a contribuir para a paz na Colômbia. O restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos demonstra que não há animosidade eterna ou impasse insolúvel. Esperamos que essa aproximação traga, para toda a região, novos avanços também no plano econômico-comercial. Desejamos que o reatamento seja seguido do fim do embargo econômico que pesa sobre Cuba. Este ano, o Brasil e a Argentina celebraram o 25º aniversário de sua Agência de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares. A Agência é a única organização binacional dedicada à aplicação de salvaguardas nucleares. Como disse o Secretário-Geral Ban Ki-moon, trata-se de inspiração para esforços regionais e globais de eliminação das armas nucleares. 
Senhor Presidente, A promoção da confiança entre brasileiros e argentinos na área nuclear está na origem de nossa experiência de integração. Está na base de projetos como o Mercosul. A integração latino-americana é, para o Brasil, princípio constitucional e prioridade permanente de política externa. Coexistem hoje em nossa região governos de diferentes inclinações políticas. Isso é natural e salutar. O essencial é que haja respeito mútuo e que sejamos capazes de convergir em função de objetivos básicos, como o crescimento econômico, os direitos humanos, os avanços sociais, a segurança e a liberdade de nossos cidadãos.
São esses os objetivos que orientam a presença das Nações Unidas no Haiti. O Brasil lidera desde 2004 o componente militar da MINUSTAH e já enviou ao país caribenho mais de 33 mil militares. Confiamos em que a presença da ONU no terreno possa voltar-se mais para o desenvolvimento e o fortalecimento das instituições. A vizinhança brasileira também se estende a nossos irmãos africanos, ligados a nós pelo Oceano Atlântico e por uma longa história. Sediaremos, este ano, a Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Dos nove membros da Comunidade, seis são africanos. O Brasil olha para a África com amizade e respeito, com a determinação de empreender projetos que nos aproximem ainda mais.
Senhor Presidente, O desenvolvimento, mais do que um objetivo, é um imperativo. Uma sociedade desenvolvida é aquela em que todos têm direito a serviços públicos de qualidade – educação, saúde, transportes, segurança. É aquela em que se garante a igualdade de oportunidades. É aquela em que o acesso ao trabalho decente não é privilégio de alguns. Em uma palavra, desenvolvimento é dignidade – e a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos do Estado brasileiro, conforme previsto no artigo primeiro da nossa Constituição.
A Agenda 2030 é a maior empreitada das Nações Unidas em prol do desenvolvimento. Tirá-la do papel demandará mais do que a soma de esforços nacionais. O apoio aos países em desenvolvimento será decisivo para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A prosperidade e o bem-estar no presente não podem penhorar o futuro da humanidade. Mais do que possível, é necessário crescer de forma socialmente equilibrada com respeito ao meio ambiente. O planeta é um só. Não há plano B. Devemos tomar medidas ambiciosas, sob o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas.

Depositarei, amanhã, o instrumento de ratificação pelo Brasil do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. O Brasil, país mais biodiverso do mundo, detentor de matriz energética das mais limpas, é uma potência ambiental que tem compromisso inequívoco com o meio ambiente.
O desenvolvimento depende, também, do comércio. Em cenários de crise econômica, o reflexo protecionista faz-se sentir. Há que contê-lo. O protecionismo é uma perversa barreira ao desenvolvimento. Subtrai postos de trabalho e faz de homens, mulheres e famílias de todo o mundo – Brasil inclusive – vítimas do desemprego e da desesperança. O sistema multilateral de comércio é parte da luta contra esse mal.
De particular importância para o desenvolvimento é o fim do protecionismo agrícola. Já não podemos adiar o resgate do passivo da OMC em agricultura. É urgente impedir que medidas sanitárias e fitossanitárias continuem a ser utilizadas para fins protecionistas. É urgente disciplinar subsídios e outras políticas distorcivas de apoio doméstico no setor agrícola. Com sua agricultura moderna, diversificada e competitiva, o Brasil é um fator de segurança alimentar. Produzimos para nós mesmos e ajudamos a alimentar o mundo.
Senhor Presidente, A plena fruição dos direitos humanos permanece uma aspiração inalcançada no mundo. Cada ser humano tem o direito de viver livremente, conforme suas crenças e convicções. Essa liberdade fundamental, contudo, é desrespeitada todos os dias. Perseguições, prisões políticas e outras arbitrariedades ainda são recorrentes em muitos quadrantes. Nosso olhar deve voltar-se, também, para as minorias e outros segmentos mais vulneráveis de nossas sociedades. É o que temos feito no Brasil, com programas de transferência de renda e de acesso à habitação e à educação, inclusive por meio do financiamento a estudantes de famílias pobres. Ou com a defesa da igualdade de gênero, prevista na nossa Constituição. Cumpre garantir o direito de todos.
Refugiados e migrantes são, no mais das vezes, vítimas de violações de direitos humanos. São vítimas da pobreza, da guerra, da repressão política. A Reunião de Alto Nível de ontem lançou luz sobre alguns desses aspectos de fundo. O Brasil é obra de imigrantes, homens e mulheres de todos os continentes. Repudiamos todas as formas de racismo, xenofobia e outras manifestações de intolerância. Damos abrigo a refugiados e migrantes, como pude reiterar também no encontro de ontem. Num mundo ainda tão marcado por ódios e sectarismos, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio mostraram que é possível o encontro entre as nações em atmosfera de paz e harmonia. Pela primeira vez, uma delegação de refugiados competiu nos Jogos. Por meio do esporte, pudemos promover a paz, lutar contra a exclusão e combater o preconceito.
Senhor Presidente, Trago às Nações Unidas, por fim, uma mensagem de compromisso inegociável com a democracia. O Brasil acaba de atravessar processo longo e complexo, regrado e conduzido pelo Congresso Nacional e pela Suprema Corte brasileira, que culminou em um impedimento. Tudo transcorreu dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional. Não há democracia sem Estado de direito -- sem normas que se apliquem a todos, inclusive aos mais poderosos. É o que o Brasil mostra ao mundo. E o faz em meio a um processo de depuração de seu sistema político. Temos um Judiciário independente, um Ministério Público atuante, e órgãos do Executivo e do Legislativo que cumprem seu dever. Não prevalecem vontades isoladas, mas a força das instituições, sob o olhar atento de uma sociedade plural e de uma imprensa inteiramente livre.

Nossa tarefa, agora, é retomar o crescimento econômico e restituir aos trabalhadores brasileiros milhões de empregos perdidos. Temos clareza sobre o caminho a seguir: o caminho da responsabilidade fiscal e da responsabilidade social. A confiança já começa a restabelecer-se, e um horizonte mais próspero já começa a desenhar-se. Nosso projeto de desenvolvimento passa, principalmente, por parcerias em investimentos, em comércio, em ciência e tecnologia. Nossas relações com países de todos os continentes serão, aqui, decisivas.
Senhor Presidente, Não quero encerrar minhas palavras sem dirigir-me ao nosso Secretário-Geral, que em breve se despede de suas funções. Ban Ki-moon dedicou os últimos dez anos à busca incansável da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos. Esteja certo, Senhor Secretário-Geral, de nosso apreço e de nossa gratidão.
Senhor Presidente, Senhor Secretário-Geral, Senhoras e Senhores, Nesta segunda década do século XXI, já não podemos ter dúvidas de que nossos problemas são globais. Já não pode haver espaço para o isolacionismo. Nosso destino é comum.
Nas Nações Unidas, nos aproximamos, mais do que em qualquer outro lugar, do ideal universalista que nos anima. Há quase 60 anos, meu compatriota Oswaldo Aranha afirmou, desta tribuna, que "não há no mundo, mesmo perturbado como está, quem deseje ver fechadas as portas desta casa". E alertou: sem a ONU, "as sombras da guerra desceriam sobre a humanidade para obscurecer definitiva e irremediavelmente a esperança dos homens". É nesta assembleia das nações que cultivamos nossa esperança. Esperança que é conquistada no diálogo, na compreensão e no respeito. Respeito ao outro, a nós mesmos, aos nossos filhos e netos.
Muito obrigado" (http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/09/20/na-onu-temer-diz-que-processo-de-impeachment-e-exemplo-ao-mundo.htm).

COMENTÁRIO: Em conformidade com a matéria abaixo, foram seis, os países que se manifestaram contrários a Michel Temer. A Costa Rica, talvez obedecendo a algum padrão que ela tem escolhido em semelhantes situações. os outros cinco, mormente os da América do Sul, sempre foram contra o Impedimento de Dilma. Em breve reconhecerão o erro que estão cometendo, pois aqui não houve golpe algum, já que o Impedimento é uma previsão constitucional que foi usada legitimamente. Só 6 dos 193 países se manifestaram contrários ao Impedimento. Este placar foi muito maior do que todas as votações ocorridas no Congresso Nacional Brasileiro. Aos olhos do Mundo, Michel Temer está legitimado. Só falta fazer o governo que o Mundo espera e o Povo Brasileiro merece.

"As delegações do Equador, Venezuela, Costa Rica e Nicarágua deixaram o debate da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça-feira (20), como forma de protesto, durante o pronunciamento do presidente Michel Temer. Os representantes da Bolívia e de Cuba nem mesmo entraram no salão para ouvir o início do discurso do presidente brasileiro. Os estadistas daqueles países consideram ilegítima a forma como Dilma Rousseff foi destituída da Presidência da República e seu então vice Michel Temer assumiu o poder!" (http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/09/20/delegacoes-deixam-reuniao-da-onu-durante-discurso-de-michel-temer/). 



sábado, 17 de setembro de 2016

Lula, "o mais honesto dos mais honestos"

ANTIFONTE. Na Grécia antiga o próprio acusado se defendia. Antifonte percebeu que quando isto ocorria o acusado ficava tenso e não conseguia fazer uma boa defesa. Principalmente quando a probabilidade de cadeia era alta. Passou, então, a auxiliar os acusados, cobrando dinheiro dos mesmos. Nasceu a profissão de logógrafo, que depois se converteu em advogado. Desde Antifonte, quando uma pessoa culpada é acusada, a melhor tática é contratar um bom advogado e ficar calada.
 
LULA. Tentou fazer sua defesa politicamente e se deu muito mal. Disse que a profissão mais honesta era a de político. Para início de conversa, político, nem profissão é! Aliás, no Brasil passou a ser e, o resultado, foi a PROPINOCRACIA. Lula foi muito infeliz nesta passagem. Diante de um estrago destes feito na PETROBRAS, dizer que são os mais honestos (repito, os MAIS HONESTOS!) não cola de jeito nenhum. Pegou mal! Para quem já chamou muitos políticos de picaretas, Lula está fazendo apologia demais a eles. E quando a esmola é grande, até o cego desconfia.

Matéria de Vladimir Palmeira

Julguei o artigo de Vladimir Palmeira equilibrado quanto aos aspectos econômicos. Discordo em outros pontos, mormente na tal "Diretas Já". Na época da ditadura fazia sentido as "Diretas Já", e delas participei bastante como aluno de Direito da UFPI mas, no momento, nós vivemos num regime democrático que precisa se consolidar . O Brasil tem que parar com esta mania idiota de querer se recomeçar a qualquer sinal de problema. Esta mania é altamente anticientífica e danosa para o país. A ciência evolui como o conservadorismo inglês, o qual vai incorporando cautelosamente os bons resultados que vão surgindo e afastado as novidades que não deram bons resultados. Seria ruim Temer sair forçado através de qualquer tipo de pressão. Itamar é um bom exemplo para Temer seguir. Caso o pacote não dê certo (horrível, voltarmos a ver este nome no noticiário. Lembra a era pré-FHC!), Temer terá que seguir Itamar caso não queira ser obrigado a sair à força! O correto seria seguir Itamar agora, formando pelo menos um pequeno grupo ministerial com pessoas notáveis da República. Só com políticos profissionais, do jeito ruim que as coisas estão, não vai dar certo.

Posted on  

Resultado de imagem para Vladimir Palmeira
Palmeira não desistiu da luta e ataca a farsa do PT

Vladimir Palmeira Site da Ação Crítica

O impeachment de Dilma colocou fim a 13 anos de governos petistas no Brasil. A despeito de avanços alcançados na distribuição da renda do trabalho e na participação desta no total da renda nacional, fruto sobretudo dos primeiros cinco anos do Governo Lula, o saldo final é negativo.
Nenhuma reforma estrutural da sociedade brasileira foi aprovada em benefício dos trabalhadores. Nada de reforma tributária que desonerasse os mais pobres e taxasse os mais ricos. Reforma agrária definhando ano a ano, até a completa inanição no Governo Dilma. Reforma urbana esquecida, e substituída pelo incentivo à gentrificação, com um programa de moradia que assenta os mais pobres em regiões distantes dos locais de trabalho e da rede de infraestrutura.
Nada de reforma dos meios de comunicação, para democratizá-los. Nada de reforma política para diminuir o poder financeiro nas eleições, fortalecer o debate de projetos em lugar do clientelismo e do personalismo, e ampliar os canais de participação popular nos processos decisórios. Nada de reforma administrativa e do Estado, para melhorar os serviços prestados à população e abrir espaço fiscal para o investimento público. Nenhum projeto de desenvolvimento nacional baseado na busca das fronteiras tecnológicas e na preservação ambiental.
É INACEITÁVEL – As alianças construídas para obter as vitórias eleitorais e a maioria parlamentar não foram feitas tendo nenhum desses pontos como contrapartida. Que não se conseguisse avançar em todas as reformas era natural. Mas se abster de fazer a disputa política em torno de pelo menos parte delas é inaceitável. Durante os dois mandatos de Lula, o PT governou apenas para repartir o orçamento e manter a economia funcionando, aproveitando-se do chamado boom das commodities. Quando veio a Dilma, a coisa degringolou e instaurou-se o desastre.
A palavra da moda é narrativa. No fundo, nada mais do que a versão que tenta se sobrepor aos fatos.
Na narrativa do golpe difundida pelos petistas, e da qual parte da antiga oposição de esquerda se tornou caudatária, a versão é que Dilma foi derrubada por fazer um governo que contrariava o interesse das elites em benefício da maior parte da população.
DESCALABRO FISCAL – No mundo real, o fato é que a imensa maior parte dos subsídios e desonerações que fomentaram o descalabro fiscal foi concedida para grandes empresários, sem que isso significasse aumento dos investimentos, já que o crédito privado foi substituído pelo crédito público subsidiado, e nada foi feito dentro de uma política industrial criteriosa (na prática dilmista, quem pedia levava). E, enquanto dava subsídios para parte da elite econômica, não tomou nenhuma iniciativa de reforma tributária para taxar essa mesma elite e desonerar os mais pobres e a classe média, setores que são os que pagam mais impostos proporcionalmente no país.
A versão é que Temer entrou para implementar um programa de arrocho que a presidente deposta combateria. O fato é que os cortes de Dilma, em seu curto segundo mandato, foram maiores do que os que Temer leva a cabo agora. Já há muito defendíamos que era necessário um ajuste fiscal para reorganizar as contas públicas inteiramente avacalhadas por Dilma a partir de 2012 (e não apenas da União, mas também dos estados, que se lambuzaram na leniência fiscal do antigo Secretário do Tesouro de Dilma em seu primeiro mandato). Mas o ajuste de Levy no primeiro ano do segundo mandato de Dilma praticamente jogou na lona o investimento público e aprofundou a recessão econômica.
PAGANDO A CONTA… -Os mais pobres e a classe média pagaram a conta do ajuste de Dilma (como pagam a conta do ajuste de Temer), com desemprego, achatamento salarial, diminuição da renda familiar e precarização dos serviços públicos, enquanto os mais ricos eram e são poupados na ausência de uma reforma tributária que taxasse sua renda e suas riquezas, e na presença de juros elevadíssimos remunerando seu capital.
A versão é que Dilma deu lugar a Temer para que fosse feita a reforma da Previdência, estabelecendo a idade mínima para a aposentadoria. O fato é que Dilma também defendia publicamente a reforma da previdência para elevar a idade da aposentadoria. E a reforma é mesmo necessária para dar sustentabilidade ao sistema previdenciário no médio e longo prazos, e liberar uma maior parte do orçamento público para investimentos do Estado na indução do desenvolvimento econômico, para a fiscalização da preservação ambiental e para a melhoria dos serviços públicos (todas elas coisas que Temer não indica fazer, e que Dilma não fez).
O problema é que nem Dilma propunha, nem Temer propõe, a contrapartida da reforma tributária para desonerar o consumo dos mais pobres e da classe média, e fazer os mais ricos contribuírem com uma parte maior das receitas públicas.
PRIVATIZAÇÕES – A versão é que Temer assumiu a faixa presidencial para privatizar empresas, infraestrutura de transporte e serviços públicos. O fato é que Dilma abriu diversos processos de concessões de infraestrutura, marcados na maior parte das vezes por sua inépcia e por sua indecisão. Iniciava com condições muito duras para os investidores, e depois ia recuando até ceder em praticamente tudo. No fim das contas, o zigue-zague gerava incertezas que resultavam em leilões fracassados ou negócios mal feitos, com taxas mínimas de ágio. Dilma não soube fazer as privatizações necessárias. Temer promete vender até o que não deveria.
A versão é que Dilma foi deposta para que o pré-sal fosse privatizado e o sistema de partilha tivesse fim. O fato é que a política de petróleo implementada pelos governos petistas foi desastrosa para a Petrobras e para o país. Foram cinco anos sem leilões de novos poços, justo no momento em que o preço do barril estava nas alturas, fazendo o Brasil perder uma excelente oportunidade de geração de renda.
Ao mesmo tempo, a obrigatoriedade de participação da Petrobras em pelo menos 30% dos consórcios de exploração do pré-sal e o monopólio técnico da exploração foram profundamente maléficos para a estatal. Era melhor poder escolher os campos a explorar. Para a Petrobras, seria muito mais vantajoso ter uma participação maior ou até 100% do campo de Libra, por exemplo, abrindo mão de sua participação em outros campos menos rentáveis.
PT E A PETROBRAS – Mas o imperativo legal de estar em todos os consórcios faz com que a empresa não tenha fôlego para isso. Ao contrário do que diz a narrativa petista, o fato é que foi a política de petróleo implementada pelos governos do PT que contrariaram os interesses nacionais e a Petrobras. Isso para não falar da corrupção que lesou a empresa, o erário público e até o plano de previdência dos funcionários da estatal.
A versão é que Dilma foi uma ousada e aguerrida combatente de um projeto popular, mas o fato é que ela foi uma das piores presidentes da história do Brasil republicano, provocando a maior recessão desde 1930, jogando no desemprego milhões de pessoas e fazendo a renda per capita nacional regredir em pouco mais de dois anos mais do que ela regrediu ao longo da chamada década perdida de 1980 (9,7% desde o segundo trimestre de 2014, quando teve início a atual recessão, contra 7,6% registrados no período entre 1981 e 1992).
Em termos de crescimento do PIB, os anos Dilma só não foram piores do que os períodos de Collor e de Floriano Peixoto à frente da Presidência. O resultado é o retrocesso de boa parte mesmo dos insuficientes avanços alcançados no Governo Lula.
ELEIÇÕES GERAIS – As versões não podem se sobrepor aos fatos, para que o desastroso legado de Dilma não seja encoberto, e para que o PT seja definitivamente suplantado na trajetória da esquerda brasileira. Aqueles setores que jogam água no moinho da narrativa construída pelo PT e se submetem à sua hegemonia atrasam a reorganização do campo político que congrega os interesses da maioria do povo brasileiro, justo em um momento de avanço das forças conservadoras e do ideário das elites econômicas encasteladas no cume da pirâmide social.
Nós da Ação Crítica seguimos defendendo, como fazemos desde o primeiro semestre do ano passado, que a saída para a crise política do país é a realização imediata de eleições gerais para a Presidência da República e o Congresso Nacional, processo ao longo do qual sejam amplamente debatidas as propostas e programas para que o Brasil saia do atoleiro em que Dilma nos meteu.
Pela defesa dessa bandeira das Eleições Gerais Já, fomos duramente atacados pelos petistas e seus satélites ao longo do último ano e meio. Os mesmos que agora erguem a bandeira das Diretas Já. Diretas Já sim, mas não sob a hegemonia do PT, e não sem denunciar que foi seu governo que nos trouxe até esta situação, mais do que temerária, tenebrosa.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

É difícil a situação do Lula

Li ontem a denúncia. Lula é colocado dentro de um contexto, onde existem outros acusados, alguns dos quais que até já foram presos. O tríplex e o sítio nem mesmo são tão relevantes dentro da denúncia, relativamente aos danos causados. Os indícios apresentados são mais do que suficientes para a aceitação da denúncia. Esta, convém sempre nos lembrarmos, é apenas o pontapé inicial para a ação judicial propriamente dita. Nesta sim, cada uma das partes envolvidas terá que apresentar os seus mais fortes argumentos de convencimento. Neste momento as partes estão guardando as suas estratégias mais refinadas. Coisas novas virão. Veja o que ocorreu hoje à tarde: os jornais noticiando novas revelações do Delcídio Amaral sobre as manobras do Lula. E as provas existentes em outros processos? O que fazer com elas? Serão usadas na ação caso o juiz Moro aceite a denúncia? Uma coisa parece certa: os procuradores da Lava Jato fizeram uma descrição estrutural do ocorrido. Fiquei assustado quando apontaram casos indicando que a PROPINOCRACIA (termo usado por eles, os procuradores) foi geral.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cunha sente o peso da Democracia: a vidinha das aparências

A grande dificuldade em acompanhar a política brasileira é que ela está sempre a nos surpreender. Por exemplo: se o Eduardo Cunha e esta Câmara são tão ruins como dizem, por que ele teve tão poucos votos ontem? 450 a 10! Meu Deus, ninguém esperava por este placar. Achei muito mais lógico os 7 a 0 da Alemanha. Um placar destes liquida até ameaças. Nunca vimos nada igual. O coitado do IvanValente (do PSOL) nem acreditou no resultado. Mas se fosse no escurinho do voto secreto... Huuummmm! Cunha teria sido mais bem votado! Era o que mais conhecia o Regimento. E agora é o que mais sabe o que é a Democracia!

sábado, 3 de setembro de 2016

Michel Temer e os institutos

Alguns colegas questionaram comigo acerca das possíveis mudanças nos cargos do governo relativamente aos institutos federais e às universidades, inclusive falando na volta das listas tríplices e outras coisas mais. O que temos a dizer sobre esta importante questão é que, em princípio, não existem motivos para preocupação. Os gestores atuais foram eleitos a partir de mandamento de lei federal. O que o novo Presidente poderá fazer, se quiser efetuar mudanças grandes, é enviar propostas ao Congresso Nacional. Mas isto dificilmente afetaria as atuais gestões. Michel Temer é um homem vindo diretamente do Mundo Jurídico, e tudo fará para que não ocorra nenhum problema em relação a esta questão. Obviamente existem entraves gerados pela disputa política recente que deverão ser resolvidos imediatamente. Mas os institutos não se enquadram neste perfil. A melhor política para Michel Temer, neste difícil momento, é manter a melhor cooperação possível com os institutos e as universidades. Está todo mundo de tacape na mão, e o país precisa fechar o ano pacificado. Itamar Franco seria um bom exemplo para Michel Temer seguir.