quarta-feira, 25 de junho de 2014

Os Judeus


Uns dizem que os judeus são os filhos da mulher judia. Esta é uma definição técnica que usa o antigo ditado que afirma ser duvidoso o pai, e certo, a mãe. Há lógica profunda, por razões óbvias. Outros dizem que é o praticante das tradições judaicas. Em tempos antigos, eram os descendentes de Abraão. Se você, caro leitor, quiser ter uma idéia do quanto eles cultuam as tradições, e a própria genealogia deles, leia os evangelhos de Lucas, Marcos e Mateus . Lá, você verá a descrição da genealogia de Jesus Cristo, o qual era descendente de Abraão, tanto pelo lado materno quanto paterno. É a maior árvore genealógica usualmente divulgada e ainda supera a de Confúcio. Desconheço as genealogias dos descendentes de Maria. Em meus estudos ouvi rumores sobre descendentes de Pôncio Pilatos. No entanto, a mais antiga das genealogias usualmente divulgadas (Genea Portugal) é a do rei Dario I da Pérsia, aquele que inventou o dinheiro estatal. E por falar em dinheiro, muitas pessoas pensam que ser judeu significa ser rico. Nada mais falso. É verdade que as privações de todos os tipos pelas quais têm passado os judeus ao longo dos séculos, e o fato de terem sido, desde a época dos fenícios, comerciantes, fizeram com que desde muito tempo algumas famílias judias adquirissem riquezas. Mas também foram muitas as expulsões e desapropriações que eles sofreram e ainda sofrem. Porém, estão longe de serem ricos como os árabes donos dos petrodólares. Judeus pobres existem aos montões, pois dinheiro é coisa que poucos querem dividir e, muito menos ainda, preservá-lo. Para a grande maioria, dinheiro é para gastar e voltar troco. Não tenho informações precisas, mas dizem que os judeus ricos ajudam financeiramente ao Estado deles e, desta forma, aos judeus que vivem em Israel. Pelo menos nos primeiros anos da criação do estado judaico, com certeza ajudaram. Não sei se algo semelhante ocorre com os magnatas de outros lugares. Eu mesmo conheço vários judeus, alguns que muito me ajudaram, que são pobres como eu. O que todos eles têm, e nisto se parecem muito com os alemães, é o grande respeito pelas ciências e pela leitura em geral. O estatístico chinês provou há poucos anos que se qualquer pessoa da época de Abraão tiver descendentes vivos hoje, a probabilidade de que você seja descendente dela é muito alta, quase 100%. É natural que grupamentos humanos submetidos a grandes privações materiais adquiram uma tendência a darem mais valor ao que conseguem. Nós do Piauí, que recebemos uma enorme quantidade de refugiados cearenses, percebemos o quanto eles são esforçados em relação à manutenção do pouco que conseguem. Até comparamos os cearenses com os judeus - existem até muitas piadas a respeito! Esta comparação também faz justiça à colonização do sertão do Ceará pois, muitos judeus marranos, foram viver por lá. Quando estive em Recife olhando os livros de passaportes, percebi algumas pessoas com a alcunha "marrano" viajando para a região de Iguatú. Não eram pessoas ricas, eram pessoas simples, apenas labutando por uma vida que alguns reis portugueses se negaram a lhes dar, expulsando-os de uma terra cuja capital, Lisboa, ajudaram a fundar uns dois mil anos antes da instalação do Reino de Portugal na Torre de Bacelar. Dizia Rui Barbosa que "... justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta". No plano subjetivo, Rui Barbosa está certo, pois o tempo de vida do ser humano é curto. Mas para as nações, que em princípio são eternas, parece não haver justiça atrasada. Portanto, julgamos bem vinda a lei portuguesa do retorno, a qual restitui a cidadania portuguesa aos descendentes dos marranos (https://www.youtube.com/watch?v=FM_WYkiFBfk e http://consuladoportugalsp.org.br/parlamento-aprova-nacionalidade-portuguesa-para-judeus-sefarditas-de-origem-portuguesa/). Algumas pessoas se admiram pelo fato de os governos dos EUA serem favoráveis aos judeus e às políticas de Israel no Oriente Médio. A explicação é muito simples: a população judia dos EUA é a maior do Mundo, e o próprio Israel talvez tenha menos judeus que os EUA. E os judeus jamais sofreram nos EUA as dificuldades que tiveram em outros lugares. Se desenvolveram muito bem por lá, e por lá cresceram junto com os EUA. Uma situação um pouco parecida também ocorreu na Rússia, de onde saíram muitos judeus que foram morar no Oriente Médio. Milhares deles, também vieram para o Brasil na primeira metade do século XX. Mas para o Nordeste do Brasil os judeus têm vindo desde os tempos dos fenícios, conforme se pode intuir a partir dos ensinamentos de Ludwig Schwenghagen. Em Recife, ainda hoje podemos visitar a primeira sinagoga da América. Dizem que muitos dos judeus que estiveram em Recife no período da colonização portuguesa foram viver em Nova Iorque nos EUA. A razão pela qual faço vínculo entre os fenícios e os judeus vem da analogia e proximidade histórico-geográfica entre estes dois povos. Viveram numa mesma região num mesmo período e, a coisa mais parecida com um fenício que temos neste mundo, há muitos séculos, é um comerciante judeu. Para mim parece claro que os judeus são herdeiros de boa parte da cultura dos fenícios, conforme explicita o texto abaixo:

"Los fenicios tambien fueron habiles industriales que desarrollaron tanto la metalurgia como la ingenieria, su prestigio era tal que cuando el Rey Hebreo Salomón decició la construcción del palacio y templo de Jerusalén alrededor del 900 a.c. compró en Fenicia maderas y metales y contrató especialistas y artesanos fenicios para la realixación de la gigantesca obra" (http://www.malagahistoria.com/malagahistoria/hebreosyfenicios.html).

CONTINUARÁ.