domingo, 8 de janeiro de 2017

Panelinha: fruto do terror

Resultado de imagem para reprovado pela panelinha

A postagem http://pyaugohy.blogspot.com.br/2017/01/panelinha-vale-pena-votar-neles.html teve muitas visualizações. Aparentemente foi engraçada. Mas no fundo, todos nós sabemos que a coisa é muito séria. A hierarquia das panelinhas é uma das grandes sequelas da colonização portuguesa, uma colonização militarizada a todo custo, com os capitães mores tendo, na prática, o direito de vida e morte sobre a população civil, via de regra descendentes de sefarditas. Vi isto nos Arquivos da Torre do Tombo e no APPI. Só os próprios militares questionavam os governantes, via de regra, coronéis. Os civis, para terem alguma segurança em suas vidas, deviam se submeter à hierarquia imposta por pequenos grupos comandados por oficiais (origem histórica das panelinhas). Este tema fulcral da política brasileira tem sido estudado há bastante tempo. A seguir, citamos alguns estudos.

"Panelinhas pervade Brazilian society..." (Merilee Serrill Grindle. Bureaucrats, Politicians, and Peasants in Mexico: A Case Study in Public Policy, 1977. Em https://books.google.com.br/books?id=TCvNlRNLHaMC&pg=PA54&dq=panelinha&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiJ95Of6LLRAhXJiZAKHT6sB9g4ChC7BQhRMAc#v=onepage&q=panelinha&f=false)
"Panelinhas permeiam a sociedade brasileira..."

"Mas a estruturação do clientelismo e da dominação patrimonialista no Brasil tem numa outra "instituição" sua forma mais definida: as panelinhas. Elas podem ser definidas como um grupo informal fechado onde predominam alguns..." (A economia política da corrupção: o escândalo do orçamento, FGV, 1995).

Vejam o que diz o nosso glorioso João Mohana: 

"O que caracteriza a panelinha é o alheamento dos outros, a marginalização dos outros, tornando o padre acessível apenas àqueles poucos. A panelinha é condenável, psicologicamente, pelos motivos aludidos nos primeiros capítulos" (Padres e Bispos auto-analisados). Grifos nossos.

A hierarquia das panelinhas  é a última trincheira do terror colonial. Enquanto ela estiver ostensivamente permeando o Estado Brasileiro, não teremos justiça. E nem paz.

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