quinta-feira, 24 de julho de 2014

Mariela Castro nos Estados Unidos

Quando visitei a Universidade velha de Heidelberg por ocasião da realização do 25º Congresso da IVR tive a sorte de ser acompanhado por um grande pensador, profundo conhecedor do Brasil, da Alemanha e dos movimentos sociais mundo afora: Aloisio Krohling. Ele me falou que os movimentos sociais mudam, bem como as bandeiras de luta. Dizia ele que muitas das bandeiras que nós mais antigos atualmente defendemos não são mais interessantes para os mais jovens. E me disse que os movimentos como LGBTTIS e verdes, estariam presentes nas fortes bandeiras do futuro. Os falcões republicanos parecem não ter dado conta desta realidade, pois estão pressionando no sentido de que Mariela Castro não visite os EUA para participar do XXX Congreso de la Asociación de Estudios Latinoamericanos (LASA).

Mariela Castro, ativista do movimento LGBTTIS em Cuba e filha de Fidel Castro.

Barack Obama, que de bobo não tem nem o rastro, concedeu o visto para ela driblando as regras que proibem a entrada nos EUA de membros do PC cubano. Dizem que ela está indo na condição de acadêmica ativista dos movimentos sociais globais, e não de membro do PC. Isto faz lembrar a história do navio científico inglês que os americanos deixaram passar em plena batalha contra a Inglaterra. E o próprio Fidel Castro, será que algum dia calculou que seria uma filha e não um filho macho, a grande capitã deste impávido navio cubano? Se existe alguma vitória de Castro contra os falcões, esta é uma delas. Só que esta vitória não é apropriável por ele e nem por ninguém. É uma vitória realmente comunista, no sentido maior desta palavra. Mariela está "se acabando de rir" dos ultrapassados, tanto do lado castrista quanto dos falconistas.