terça-feira, 29 de agosto de 2017

O Joqueira

Resultado de imagem para "João Clímaco d'Almeida"João Clímaco D'Almeida (http://krudu.blogspot.com.br/2015/02/constantino-pereira-de-sousa.html).

No presente momento tenho 54 anos de idade. Eu ainda era criança no governo piauiense do velho Joqueira. Morava em Alto Longá e, eu e meu pai, pegamos o "misto" e fomos até Teresina fazer um exame médico. Eram umas 11:00 horas e então meu pai entrou numa casa velha que ficava quase em frente ao antigo cartório Dora Martins. A porta de entrada dava acesso a uma sala de jantar. Fomos convidados para almoçar e à mesa ficamos eu, meu pai e um velho (Hoje dizem idoso, etc. Mas não muda a situação), este último ficando em conversa com o meu pai. Quando terminamos o almoço nos foi servido água, suco, doce, etc. Meu pai e o velho ficaram vendo uns documentos. Depois fomos para a praça Saraiva (aqui minha memoria falha um pouco!). Mas me lembro que na caminhada perguntei ao papai quem era o velho e ele me disse que era o governador, o Joqueira. Então duvidei de meu pai, argumentando que o governador morava no palácio de Karnak, conforme diziam as professoras e os livros. Aí meu pai me disse que o palácio de Karnak era o local de trabalho, mas que a casa dele era onde havíamos almoçado. Continuei na dúvida, dizendo ao meu pai que a comida que nós havíamos comido no almoço lá, era pior do que a comida, que a minha mãe fazia. Então meu pai disse: "Você não gostou da comida? Foi uma comida normal, o bife estava muito bom". Aí, eu disse que havia gostado do bife, que estava bom, mas que a comida só era carne e arroz, não tinha variedades. Meu pai retrucou: 
 "Meu filho, eles são vaqueiros! São governadores, mas são vaqueiros. Nós do Piauí somos vaqueiros. Sua mãe é filha de fazendeiro, o qual é vaqueiro. Ela sabe fazer comida diferente porque ela aprendeu na Escola Normal, aprendeu etiqueta. Eles ensinavam isto lá. E com os pais dela, aprendeu a fazer as melhores comidas dos vaqueiros. Ele foi o melhor governador até agora, porque ele é semianalfabeto (só fez curso de contabilista) e cauteloso, e tudo o que ele assina, tem que ser visto, antes, pelos advogados. Se os advogados não assinam o documento, ele não assina de jeito nenhum. Então é difícil ele errar".
"Mas papai, eu não vi cavalo algum na casa do Joqueira", disse eu. Ele respondeu: "estão no interior"

Em 2015 estive em Cabeceiras de Basto, Minho, e na festa da Orelheira e do Fumeiro, tive a oportunidade de confirmar o que meu pai havia falado sobre as habilidades culinárias de minha mãe herdadas dos Abreu Bacelares, fundadores do Reino de Portugal. Hoje, quase não se pode mais falar com os governadores do Piauí, de tão importantes que eles estão. O atual, foi também um grande governador enquanto se comportou cauteloso como o Joqueira e esta é a causa dele ter sido eleito três vezes. O Joqueira, nunca foi eleito governador e neste tempo não havia a reeleição e ele já era velho. Mas dificilmente haverá um governador tão bom quanto ele pois, além de confiar no rábula Luiz Barbosa de Miranda, meu pai, o qual nunca quis e nunca pediu cargos (poderia tê-los tido até sem pedir, pois foi voluntário na segunda Guerra Mundial), nos dois anos de seu governo, foram construídas muitas obras estruturantes do Piauí, entre as quais a UFPI e a Barragem de Boa Esperança. Eu ficaria muito feliz se um estudante de história localizasse meu prontuário médico e a partir da data, localizasse no Palácio de Karnak os documentos que meu pai analisou para o governador naquele dia. Esta é uma homenagem sincera que presto a um dos maiores homens públicos da história do Piauí, e que deve estar no céu, pelo conjunto da obra maravilhosa que ele fez.

OBSERVAÇÃO. Peço desculpas à família pela expressão semianalfabeto, citada por meu pai com muito carinho e máximo respeito, inclusive porque eram amigos de verdade, visto que Joqueira confiava nele, que não tinha nem o ginásio naquele momento. Creio que meu pai queria dizer que eu devia estudar, fazer algum curso, mesmo que eu não me formasse. Notem, no Piauí não havia universidades ainda e pessoas de origem humilde como Joqueira e meu pai não tinham como se formar. Meu pai terminou o ginásio depois dos cinquenta, bem como o antigo científico, chegando até a fazer vestibular, quando passou a morar em Campo Maior. Mas a concorrência era pesada demais. Lembro que também questionei o meu pai sobre o jeito errado do Joqueira escrever o próprio nome (levei a sério o "semianalfabeto"!). Mas aí meu pai disse que o nome dele estava certo e que o apóstrofo era o estilo antigo, pois o Joqueira era velho.

SÉRGIO MORO E O FILME DA LAVA-JATO

Estive preocupado com Moro em relação ao filme sobre a Lava-Jato. Mas acabo de ver, pela tentativa de entrevista que quiseram fazer com ele, que ele, de forma sistemática, não vai dar corda alguma, não vai fazer comentário algum sobre o filme ou ter qualquer tipo de envolvimento com o filme. Foi assistir para ver, inclusive, se os cineastas têm fatos novos. E foi-se embora para casa, cuidar de seu serviço (https://www.youtube.com/watch?v=ljhgIlnBlLU).


DE GIRALDO A MORO, OS HERÓIS SÃO OS MORTOS


Praça do Giraldo evora
http://www.evora-portugal.com/Attractions/praca-do-giraldo-evora.html

GIRALDO E OS MORTOS
Em Floriano-Pi havia uma pequena biblioteca com livros diferenciados, a qual ficava na rua Defala Atem, na mesma rua onde morava meu avô José Barbosa de Miranda e sua esposa, dona Domingas Pereira de Miranda. Nesta biblioteca eu li uma biografia de Keppler, o grande matemático da mecânica celeste. Em certo trecho o mercenário pai de Keppler era esculhambado pela mulher que se queixava dizendo que colegas dela haviam ido como convidadas de honra para as comemorações pela vitória na batalha da qual ele havia recentemente participado. E aí ele disse: graças a Deus você não foi, senão eu estaria morto. Recentemente fui a Évora apresentar um trabalho. E lá, as rua radiais sempre convergem para a Praça do Giraldo. Como eu estive muito ocupado com o Templo de Évora e o tempo foi curto demais, e eu estive sem internet, só em Teresina tive tempo de saber que a Praça do Giraldo é uma homenagem a Geraldo sem Pavor, o grande mártir luso, um dos responsáveis diretos pela criação de Portugal. Na Europa eles têm o hábito de glorificar publicamente apenas os mártires e os já falecidos. Quando vi aquele filme que fizeram para o Lula ser distribuído Brasil afora fiquei preocupado. E de certa forma o PT deu corda. Uma coisa é fazer o registro de algo feito por alguém vivo, outra bem mais abrangente e que requer muito mais responsabilidade, é glorificar alguém vivo. Eu jamais aceitarei que ponham meu nome em algum ente público, a menos que eu adquira doença terminal.

O FILME DA LAVA-JATO
Estive preocupado com Moro em relação ao filme sobre a Lava-Jato. Mas acabo de ver, pela tentativa de entrevista que quiseram fazer com ele, que ele, de forma sistemática, não vai dar corda alguma, não vai fazer comentário algum sobre o filme ou ter qualquer tipo de envolvimento com o filme. Foi assistir para ver, inclusive, se os cineastas têm fatos novos. E foi-se embora para casa, cuidar de seu serviço (https://www.youtube.com/watch?v=ljhgIlnBlLU).


segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Estaria a Coréia blefando?

Coréia do Norte acaba de lançar mais um míssil, desta vez cruzando os céus do Japão. Até o trem bala de lá parou. E os coreanos do Norte agem como se tivessem perdido completamente o medo das bombas americanas, milhares que estão naquela região. Eles agem como se tivessem centenas delas e estivessem mais protegidos das bombas americanas do que os americanos  das deles. É incrível isto, mas eles chegam a dizer que o temor agora é dos americanos e não deles. Se não estiverem armados até os dentes, sabem blefar demais.

Cantor - profissão de risco no Brasil

Professora leva pancada. Agora, foi a vez de uma cantora. Joelma foi derrubada e por pouco não cai com a nuca no chão. vejam: http://www.msn.com/pt-br/entretenimento/video/f%c3%a3-puxa-joelma-pela-perna-e-cantora-cai-no-palco/vi-AAqRy1j?ocid=spartanntp.

O Brasil está com excesso de problemas. Nunca vi isto ocorrer. Antes, havia o caso do roqueiro que dava um vôo no público. Desta vez foi no sentido inverso. De repente, sem avisar e perigosamente.

O SOFRIMENTO DE LULA


Fonte: https://twitter.com/lulapelobrasil

Alguns até podem se manifestar indignados contra ele, outros a favor e, outros tantos, até levarem na piada, no gracejo fácil. Mas a verdade é que Lula tem sofrido bastante. Ele tenta mostrar força, mas na verdade não tem sido mole para ele nestes últimos tempos. E tudo começou com o tal Mensalão, um sistema criado para “acalmar” os deputados inicialmente contrários a ele. Eu tive a sorte/azar de vivenciar isto desde o começo. Devido às colisões entre a democracia interna e os mandonismos, eu havia-me desfiliado do PT há pouco tempo quando ocorreu no auditório Maestrina Cloris Oliveira do IFPI, Teresina-PI, uma reunião da Direção Estadual do PT. Lá foi levantada a questão de como o PT iria enfrentar o problema de possíveis pedidos de Impedimento de seus executivos eleitos, tendo em conta o fato de o partido ter elegido poucos deputados. Como eu não era mais do partido, pedi que os dirigentes do mesmo pudessem ler as minhas opiniões. Respeitosamente, leram. Nelas eu dizia que a única saída seria enfrentar a realidade tal como ela estava, sem mascaramento algum e chamar o Povo para a rua, tal como havia feito o governador do Paraná, toda vez que houvesse pedidos tendenciosos. No Piauí o problema era sério demais, pois o PT só havia elegido três de um total de trinta. Mas o Wellington Dias, que é um dos mais hábeis políticos que o Piauí já teve, conseguiu contornar isto e até foi reeleito três vezes, com grandes chances de ir para a quarta vitória, fato inédito no Piauí. Mas o PT nacional, a julgar pelos autos do Mensalão e todas as trapalhadas do Zé Dirceu, não teve melhor sorte e estamos onde estamos. Acredito que esta é a causa objetiva de todo o drama pelo qual o PT e o Lula estão passando. É muito sofrimento dele, pois poderia ter agido de modo mais prudente em relação aos métodos adotados para manter a tal governabilidade, tanto interna quanto externa. Quando me encontro com alguns deles, dizem que só assim conseguiriam o poder. E eu fico sem argumentos para contradizer isto. Não porque eu seja burro demais, mas porque no Brasil a maioria "só quer mesmo é se arrumar", como dizia o grande humorista. Mas as desgraças estão se avolumando tanto que já tem muita gente querendo mesmo é resolver os problemas.

domingo, 27 de agosto de 2017

O que aprendi sobre o Holocausto Judaico na Segunda Guerra Mundial

Estive há pouco tempo em Trieste, Itália, e tive vontade de ir ver um abrigo antiaéreo da Segunda Guerra Mundial. Mas acabei desistindo, pois disseram por telefone que teríamos que fazer um agendamento prévio com alguém que supostamente seria vinculado aos descendentes dos antigos proprietários do lugar. Aí desistimos, eu e meus dois filhos que viajaram comigo. Lá também existe um museu, o qual era uma famosa prisão onde os nazistas prendiam os judeus para enviá-los para os campos de concentração. Em Trieste também se travaram as últimas batalhas da Segunda Guerra Mundial. Aquela cidade é uma fortaleza natural para quem dela se apodera. A ela se deve a própria existência do Império Romano, cujas tropas praticamente só se preocupavam com a defesa de Aquiléia (ainda existe, mas hoje é uma cidade pequena), a antiga cidade grande hoje substituída por Trieste, onde as tropas romanas do leste se concentravam.
Quando jovem eu li uma tradução em português do Minha Luta, um livro histórico atribuído a Adolf Hitler. Nele o Hitler já manifesta preconceitos contra as minorias que ele iria perseguir durante a guerra. No entanto, não apresenta justificativa racional e objetiva para isto. A explicação para o Holocausto Judaico deve estar nas relações pessoais ou no plano de poder econômico que o sistema nazista queria implantar na Alemanha. É comum os ditadores escolherem bodes expiatórios para justificar, perante o povo usado como massa de manobra, os seus erros e ao mesmo tempo desapropriar bens alheios, principalmente dinheiro e demais bens móveis. O nacionalismo como forte arma de propaganda do nazismo é fácil explicar, pois os reis germânicos foram poderosos na Europa durante muitos séculos. Mas a mesma dedução não pode ser feita em relação ao Holocausto, pois os reis germânicos, até onde eu saiba, jamais praticaram holocaustos (digo, perseguições sistemáticas de extermínio) contra os judeus. A perseguição a estes foi mais intensa na Península Ibérica. Mas não foram de extermínio em massa, e sim de desapropriações, expulsões, conversões forçadas e castigos. Extermínios ocorreram, em relação aos condenados da inquisição, os quais não foram poucos (veja, https://pyaugohy.blogspot.com.br/2012/09/herois-do-jenipapo.html).