No Poder Executivo Federal são poucos os setores onde impera a eleição direta. O educacional é um deles. Em história é muito arriscado dizer-se que algum tipo de coisa iniciou-se com algum evento específico. Por exemplo, algumas reportagens apressadas chegaram a dizer ontem que com a Sarah Menezes houve um "boom" no judô piauiense, que "antes era desconhecido". Creio que possa e, é bom que haja agora, após a sua importante vitória. Mas ela é da 4ª geração do pai de nosso colega Hélio Queiroz, da mesma forma que os nossos bons jogadores de xadrez de hoje são da 3ª ou 4ª geração do Doutor José Gomes (marido da colega que cuida de nossa saúde) e de João Baptista (eu e meus irmãos somos da 1ª geração). Em anos recentes, atribuo a instituição das eleições no meio acadêmico às manifestações que fizemos na UnB em prol das eleições diretas por lá. O reitor havia sido nomeado, nós alunos elegemos Buarque e o entregamos ao MEC numa passeata, do Campus da UnB à Esplanada dos Ministérios. A pressão foi grande e Buarque acabou sendo nomeado pelo MEC. Depois tornou-se político nacional, graças aos estudantes. E hoje é inaceitável no Brasil um reitor não eleito (salvo, os "tampões"). Amanhã inicia-se a semana decisiva para o julgamento do chamado "mensalão", o qual foi o ponto culminante de uma prática lesiva à democracia brasileira chamada "caixa 2 das eleições partidárias". Normas foram criadas para disciplinar o processo eleitoral e inibir o "caixa 2". Entretanto, as eleições nos institutos federais continuam as mesmas, e se não tomarmos os devidos cuidados, nós próprios acabaremos sendo vítimas destas práticas. As normas das eleições partidárias estabelecem um alto grau de transparência com a criação de contas bancárias, comitês, divulgação na INTERNET em dois momentos, prestação de contas para os tribunais, controle pela Receita Federal, diminuição dos gastos, controle das sobras de campanha e condicionamento das doações e dos doadores. E para as nossas eleições? Nada. A interpretação jurídica ampla que faço é a de que as nossas eleições deveriam ser as mais simples possíveis e de modo que não houvesse qualquer gasto de campanha por parte dos eleitores e dos candidatos. Os partidos são entes privados ao contrário dos servidores, que são públicos. Quanto aos nossos alunos, não convém que gastem qualquer real doando a candidato algum. É neste espírito que pretendo concorrer nas próximas eleições para reitor do IFPI. Diz o art. 6º do Decreto 6.986/2009:
"Art. 6o A comissão eleitoral central terá as seguintes atribuições:
... III - providenciar, juntamente com as comissões eleitorais dos campi, o apoio necessário à realização do processo de consulta"
Este apoio pode ser muito variado, inclusive de modo a evitar gastos de campanha abusivos e prejudiciais ao bom andamento de eleições que devem ser educativas para o país.
Lossian Barbosa Bacelar Miranda.
[http://mail-attachment.googleusercontent.com/attachment/?ui=2&ik=2324dabcdc&view=att&th=13868710b425cee2&attid=0.1&disp=inline&safe=1&zw&saduie=AG9B_P_Nx3bcy470NWYb5H6kSdj&sadet=1341973730999&sads=7y4syXsCMXZ0PQkswNNpa1Swke0].
Fui presidente fundador do Sindicato dos Docentes do IFPI e ele próprio o apoiou antes de ser eleito Diretor Geral do antigo CEFET-PI. Acompanhei e participei de todo o processo de criação deste sindicato, há minha assinatura em quase tudo relacionado aos seus primeiros dois anos e digo que ele é um dos orgulhos de minha vida. Ainda me lembro de tudo de memória, pois de tudo vivenciei. Reuniões com os dirigentes do ANDES-SN, Assembléia Geral de Criação, ata de criação, elaboração do regimento, busca pelo advogado para ele assinar todas as folhas do regimento (a este eu muito agradeço), ida ao juiz para ele reconhecer o sindicato (despachou prontamente!), ida para órgãos de divulgação oficial, divulgação em diário oficial (demorou um pouco), ida ao Ministério da Fazenda e à Previdência Social (chegaram a pensar mal de mim e com justa razão, pois o sindicato não tinha empregados e eles não estavam acostumados com isto), busca pelo contabilista (se servidor público pudesse fazer elogios, este não escaparia, jamais, dos meus). Ainda houveram idas posteriores a outros órgãos. Ah! Como deu trabalho! Eu tive medo, fazendo quase tudo sem muita segurança (e taxas existiram e eu gastei. Mas ganhava melhor do que hoje, penso!) e assumindo sozinho as responsabilidades dos meus atos, apesar do grande apoio dos co-fundadores. E a eleição para escolha do primeiro presidente! Eu fui candidato único, mas tinha que ter o voto da maioria absoluta. Oh, eleição chata! O medo de ser refugado é horrível. Aí veio a eleição para Diretor Geral do antigo CEFET-PI. Os membros do sindicato e da própria diretoria se dividiram em grupos de apoio aos vários candidatos. Ocorreu o glorioso plebiscito em prol da desincompatibilização, vitorioso com uma votação jamais alcançada nesta instituição (a força do sindicato está na categoria quando apóia uma idéia justa!). Após um ano eu estava em total fogo cruzado. Não abandonei, pois sabia que se o fizesse, talvez o sindicato não sobrevivesse, e se sobrevivesse, teria começado muito mal. Foi com muita alegria que após dois exatos anos, promovi eleição e entreguei a presidência para João Bosco de Sousa Almeida, a quem quero deixar registrado os meus singelos agradecimentos.
[http://sindifpi.blogspot.com.br/2012/06/mocao-de-repudio-do-57-conad-andessn.html]
pois o meu desejo sempre foi o de que jamais deveria existir qualquer motivo para isto. E com muito mais tristeza eu li, também, o argumento de que o sindicato é pequeno ("representatividade ínfima"). Quando o Reitor, que é um só, age corretamente, representa o IFPI, da mesma forma que o Presidente do SINDIFPI representa a categoria dos seus Professores. E são iguais, como tais. Quando a Presidenta também assim procede, representa a Nação. Porém, se o mais vil dos brasileiros for ao Ministério Público fazer uma reclamação de interesse geral, sob o ponto de vista da representatividade, neste ato será o maior dos representantes da Nação, o representante do Estado Democrático de Direito.
Professor Lossian Barbosa Bacelar Miranda - filiado ao SINDIFPI.