O COMPROMISSO DEMOCRÁTICO
Até que enfim, foi nomeado novo dirigente no IFPI. Sei que o poder de qualquer reitor para melhorar a realidade das instituições, dentro do sistema atual, é muitíssimo limitado. Na verdade, no que diz respeito à questão maior da aplicação estrutural das verbas, nada pode fazer, já está tudo delimitado. A minha maior esperança reside no cumprimento do compromisso democrático. O primeiro ato deve ser a nomeação dos outros eleitos e, logo em seguida, nomear comissão para estabelecer eleições para os cargos que foram objeto das promessas de campanha.
AS PERSPECTIVAS POLÍTICO-PARTIDÁRIAS
A primeira administração do reitor anterior foi até surpreendente para o que eu esperava. Ouvia mais a comunidade acadêmica do que ao mundo político. Na segunda gestão, ocorreu o contrário. Se tivesse continuado como antes, talvez tivesse tido melhor visibilidade política. Dentro da atual conjuntura, não vejo muitas chances para ele dentro da política partidária. O cenário é ruim: diminuição das vagas parlamentares; mudança no eixo econômico (o Piauí não tem mais os mesmos senhores, o agronegócio mudou muito a nossa realidade, novas forças políticas estão surgindo, e outras se mostrarão fortemente nas próximas eleições!); mudança nos vínculos entre as políticas acadêmicas e partidárias. Penso que dentro do quadro atual, qualquer reitor, seja de institutos ou de universidades, que queira se projetar politicamente, deverá estar muito afinado com as suas comunidades. Não adianta apenas ter poder, cargos, e outras coisas que o diabo traz e leva de volta. Precisa ter, também, credibilidade real em alto nível. E isto não será difícil para nenhum dos eleitos: basta cumprirem o prometido e eliminarem as vaidades pessoais. Julgo perfeitamente saudável que qualquer professor que faz grande trabalho em sua comunidade acadêmica possa partir para carreira política. Cristóvão Buarque, até hoje não decepcionou (é em grande parte devido a ele que hoje temos eleições diretas).
A DIVISÃO DO IFPI
Sou totalmente a favor da divisão do IFPI em vários. Não vejo erro nisso. Afinal, sou originário do Instituto do Sertão Pernambucano, o qual é um belo exemplo de uma divisão bem feita. O que não concordo e, jamais concordarei, é com divisões casuísticas que tenham por objetivo privilegiar pessoas. O ideal seria fazer eleição antecipada para os cargos de institutos desmembrados de outros.
Lossian Barbosa Bacelar Miranda.
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