No programa da Globo News, um comentarista político manifestava surpresa pelo fato de o Governo dos EUA ter tido uma reação muito cautelosa em relação à invasão da Ucrânia por parte da Rússia. As pessoas fazem mistificações porque querem, mas a explicação é muito simples: de onde os EUA jogar mísseis, mísseis virão imediatamente em sentido contrário. Se alguma cidade russa for alvejada, outra dos EUA também será. E ambas as partes sabem disso. É o que por falta de melhor nome, chama-se guerra fria. O resultado final desta pendenga, creio, será a seguinte: farão uma conferência numa belíssima praia, e criarão uma Ucrânia um pouco menor e uma Criméia um pouquinho maior. Odessa será a nova Berlin oriental em relação às intrigas palacianas e espionagens. Os aliados ocidentais terão pouco a reclamar, pois terão empurrado a pressão um pouco mais para perto da Rússia - quanto mais próximo de Moscou, melhor!. Putin aumentará sua popularidade e os russos controlarão de vez os mares de Azov e Negro juntamente com a Turquia, a qual tudo fará para continuar sendo a eterna controladora da passagem para o Mediterrâneo. A coitada da Ucrânia, se ainda não teve sossego, continuará sem saber o que é isso. A China, que já teve tantos problemas com os EUA em relação ao Tibet, Taiwan e outros casos (quem não se lembra do recente caso do heroico piloto de caça chinês que sacrificou-se para "capturar vivo", o avião espião americano?), fica na obrigação de não se posicionar contra a Rússia. Se a Europa entrar na canoa furada de guerrear contra a Rússia na Ucrânia, só ela será sacrificada, pois o jogo econômico favorece apenas aos EUA, que está bem longe da confusão, e à própria Rússia, a qual é exportadora de petróleo e gás e tem estrutura de guerra montada.