terça-feira, 4 de setembro de 2018

Como pode Haddad ser Lula?

Quem estuda o método de demonstração por absurdo sabe que ele começa com uma afirmação falsa e segue uma sequência finita de passos verdadeiros dentro de uma lógica que acaba concluindo um absurdo. Pois bem, o PT acaba de concluir que Lula é Haddad... Se Lula é Haddad e Lula tem 30% da preferência de votos, então Haddad teria também 30%. Ora, mas se Lula é Haddad e Haddad tem 4% da preferência de votos, então Lula também deveria ter apenas 4%. Se Lula é Haddad, então Haddad deveria estar condenado e preso, pois esta é a realidade de Lula. Então, querem que Lula seja igual a Haddad só nas coisas favoráveis a Haddad. Isto viola o princípio da identidade e deturpa a essência do verbo ser. Agiu muito bem o TSE (https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/eleicoes/2018/09/04/tse-suspende-insercao-de-tv-eu-sou-lula-e-impoe-5-derrota-ao-pt.htm), pois às crianças não convém assistirem violações das leis e muito menos dos princípios básicos da lógica. 

domingo, 2 de setembro de 2018

Fogo no Museu Nacional

Era o grande museu na nação brasileira. Lá estavam o meteorito de Bendegó, o fóssil Luzia, que levaram de MG e mais 20 milhões de itens. Inclusive as grandes pinturas nacionais. Falam que quase tudo se foi. Eu próprio estive neste museu e gostei de tudo o que vi. Dona Luzia Perpétua, uma das mais ricas do Brasil da época, recebeu de Dom João VI a incumbência de adquirir as pinturas para o museu e, muito dinheiro adquirido com o ouro das minas gerais, foi gasto nestas pinturas.  Agora tudo se perdeu. Não dá nem para se calcular o tamanho do prejuízo. Quando é que vai cair outra pedra de Bendegó, ou as "Niedes Guidons" acharem outras Luzias? Mas não se preocupem, pois as $autoridades$ já-já vão dizer que amanhã mesmo tudo vai começar a ser recuperado.

sábado, 1 de setembro de 2018

Julgamento de Lula no TSE: onde está a lógica?

Disseram que julgaram o pedido de Adad para ser vice. Ótimo, Adad então se enquadra nas condições de candidato a vice. Então, ele pode ser candidato a vice de alguém que pode ser candidato a presidente. Mas ele jamais pode efetivamente ser vice de alguém, como Lula, que não pode ser candidato a presidente. Portanto, Adad, não é candidato a vice de Lula. O tempo de televisão do candidato a presidente do PT não pode ser de Adad, pois ele não é vice de alguém que ainda não existe. A verdade é que Adad tem do TSE uma declaração de que  satisfaz às condições para ser candidato a vice (as quais, são as mesmas para presidente). Logo, pode nestes dez dias simplesmente apresentar as candidaturas que quiser, de vice ou de candidato a presidente. Mas a boa lógica devia ser assim: INDEFERIMOS a dupla, o PT tem o prazo legal para enviar nova dupla. Se não houver fato novo que inviabilize Adad, ele pode, sossegado, ser candidato a vice ou a presidente. Essa estratégia confusa não ajuda em nada ao PT. Ficam dando ao eleitor a impressão de que são confusos!

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Fachin está a usar psicologia reversa?

Se ele está, não sei, mas funcionou. Fachin tem apanhado tanto lá na segundona que nem mesmo duvido que ele tenha usado psicologia reversa. A dúvida toda residiu no fato de que talvez tenham entendido que o impedimento de candidatura tivesse como fundamento a prisão provisória e não a lei da Ficha limpa.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Bolsonaro é conservador?

OS PAÍSES MAIS CONSERVADORES QUE EXISTEM SÃO OS NÓRDICOS, A SUÍÇA E A ESCÓCIA. OU SEJA, OS MELHORES PARA SE VIVER.

Se fôssemos "pensar" a partir das tantas besteiras que se diz no Brasil sobre o conservadorismo, os países mais conservadores deveriam ser aqueles onde se vive pior, tais como o Brasil. O princípio do conservadorismo verdadeiro, que impera nos países acima citados é: 

Na sociedade, não crie nada errado, não destrua e nem substitua o que já foi provado que é bom sem provares antes que o substituto é melhor. 

No Brasil tem funcionado assim: 

Se algo é bom, o adapte para que não preste e conserve o erro. Teste aleatoriamente e saia por aí mudando tudo, até que apareça o algo pior e, de preferência, faça os testes iniciais no Piauí, pois lá é o "cadinho do inferno" desde a reforma agrária portuguesa alí implantada. 

E o que é que isto tem a ver com o Bolsonaro? Bem... É que apareceu, dizem, uma coautora do livro (aquele que ele não pôde mostrar no GN da Globo: originalL, https://www.babelio.com/livres/Zep-Le-guide-du-zizi-sexuel/20745) a qual teria dito que o jovem Bolsonaro teria gostado do livro. Eu não duvido nem que o Bolsonaro atual goste. O que eu não gosto é da ineficácia deste argumento incompleto. Se os pais são responsáveis pelos filhos, os autores deveriam mostrar também nas discussões midiáticas (além do livro) argumentos,  para convencer os pais. E com quais argumentos os autores provarão aos adultos de hoje que o jovem Bolsonaro teria gostado do livro? E o "teria gostado" é argumento para provar que o livro é bom para nós todos, hoje? Eu aconselharia as pessoas a se informarem como este livro foi aplicado pelos governos dos países nórdicos, se é que foi.

sábado, 25 de agosto de 2018

João Pereira Caldas e os bens de José de Abreu Bacelar

Informado por genealogistas portugueses, inclusive António Maria Abreu Bacelar de Torres Fevereiro, tomei conhecimento de que os filhos de Bento Ferreira de Morais foram os seguintes:

1.  António Ferreira de Abreu Bacelar, Abade de S. Pedro de Britelo em Celorico de Basto e Comissário do Santo Ofício;

2.    Rosendo de Abreu Leite PEREIRA, foi baptizado a 22 de Abril de 1683 in Cabeceiras de Basto, freguesia de S. Pedro de Alvite e morreu a 19 de Fevereiro de 1742 na Casa de Mozes, Santa Senhorinha de Basto. Casou com D. Josefa de Távora e Mariz em Santa Senhorinha de Basto a 26 de Julho de 1723. Capitão de Infantaria nas Guerras da Sucessão de Espanha, Sargento-Mór da Comarca de Guimarães, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, alvará de 10-8-1716, Fidalgo de Cota de Armas, carta de 14-6-1738. "Proprietário do Ofício de Tabelião, Judicial e Notas da Comarca de Cabeceiras de Basto, Coutos de Abadim, Refoyos, e de Escrivão da Almotaçaria do dito Couto de Refoyos, os quais serviu seu Pai por mais de cinquenta anos" (Carta de proprietário passada em Lx.ª em 8-2-1742). Senhor da Torre de Alvite;

3.  Teodósio José Pereira de Morais, morreu solteiro;

4.  José de Abreu Bacelar (batizado em 07/02/1692 no Outeiro, freguesia de São Pedro de Alvite, conselho de Cabeceiras de Basto, comarca de Guimarães, bispado de Braga. Foram padrnhos Boaventura Carneiro e sua irmã Catharina Rebella do Alvaro), passou ao Brasil onde teve uma casa das mais ricas daquele estado que deixou a seu irmão Luís Carlos;

5.  Luís Carlos Pereira Bacelar passou ao Brasil onde casou com uma Fidalga muito distinta e ficou herdeiro de seu irmão José de Abreu.
http://arquidiocese-braga.pt/paroquias?id=207
Igreja paroquial do Outeiro, Alvite, Cabeceiras de Basto


Nos AUTOS DE PETIÇÃO DE D. ÚRSULA TERESA E DE SUAS IRMÃS (https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4216510) consta que Bento Ferreira de Morais e sua esposa Leonor de Abreu Bacelar tiveram mais os seguintes: 

6. Clara Joana (batizada em 25/04/1677, +1764. Padrinho foi o Pe. Domingos de Abreu Bacelar, abade de São Clemente de Bastos);

7. Catarina Josefa (batizada em 22/06/1697, +01/1765. Padrnho Matheus Pereira Aleixo e sua irmã Dona Catharina, filhos de Antonio Leite Pereira do Barrozam);

8. Ursula Teresa de Abreu Leite Pereira (20/11/1697);

9. Jacinta Luiza (15/02/1691);

10. Suzana Maria (26/01/1696). 

11. Paula Anastácia  (batizada em 25/04/1702)

Leonor e Bento casaram em outubro de 1675 em São Clemente de Basto. Ela morreu em 16/02/1736 e Bento em 06/08/1738. 

Estas irmãs passaram procuração para João Pereira Caldas em 02/10/1766 para este receber a herança delas deixada no Piauí, em testamento de JOSÉ DE ABREU BACELAR, irmão legítimo das mesmas. Inclusive com possibilidade de subestabelecer. 

Cronologia:
1. 20/09/1757. Marquês de Pombal, que não era nobre tradicional (perseguia os jesuítas e os nobres tradicionais e privilegiava os bajuladores sedentos), consegue declarar que os jesuítas são "persona non grata" na Corte.
2. 29/07/1758. Nomeação de João Pereira Caldas para governador do Piauí.
3. 03/09/1758. Atentado contra o rei de Portugal.
4. 09/01/1759. Prisão dos jesuítas na fortaleza de São Julião, Portugal.
5. 17/09/1759. João Pereira Caldas chega a Oeiras do Piauí.
6. Dezembro de 1759. Prisão dos jesuítas no Brasil.
7. 10/03/1760. Sequestro dos bens de José de Abreu Bacelar.
8. 21/10/1760. Informam que vão tirar devassa a José de Abreu Bacelar.

José de Abreu Bacelar e os judeus no Rio de Janeiro

Quase todos nós já ouvimos a história de Domingos Afonso Sertão, o qual era muito rico. Mas porque era rico? Diz-se que era fazendeiro e tinha muitas fazendas. Mas porque os outros também não eram como eles? A resposta é que ele era rendeiro, e até deixou problemas para o fisco, pois devido à sua morte não pode cumprir integralmente os contratos (OFÍCIO de João da Maia da Gama, a Antônio Marques Cardoso, sobre o falecimento do contratador dos dízimos reais do Piauí, Domingos Afonso, descrevendo o procedimento a ter por este não haver cumprido as condições do contrato. AHU). Os rendeiros eram pessoas que ganhavam o direito de cobrar os impostos do Reino Português após ganharem os respectivos leilões. Era um trabalho perigoso, pois nesta época os índios invadiam até a vila da Moucha e arraiais próximos (Carta de João da Maia da Gama para Antônio Marques Cardoso em 25/09/1728, AHU_ACL_CU_016, Cx.1, D.40). Luís Carlos da Serra Negra, por exemplo, foi rendeiro em Marvão do Piauí. José de Abreu Bacelar, seu tio, foi rendeiro no Rio Parnaguá, no sul do Piauí. Se conseguissem arrecadar mais do que o que tinham pago no leilão, enriqueciam. José ficou muito rico, pois foi rendeiro durante muitos anos. Mas como José conseguiu dinheiro para participar e ganhar leilões? Só vejo uma explicação plausível: José teria "herdado" de sua esposa Brites da Costa (foi condenada por heresia e apostasia, além de ter todos os bens tomados), de seu sogro Manoel de Paredes da Costa e sua mulher Izabel Gomes da Costa e talvez dos demais parentes destes,  os quais foram presos por judaismo e levados para cumprir pena em Lisboa em 1712. Como Cavaleiro da Ordem de Cristo José tinha o foro privilegiado da época e pode sim, ter ficado com parte dos bens dos ricos parentes de sua jovem esposa, cujos bisavós foram os primeiros judeus ricos do Rio de Janeiro e que construiram a Igreja de Nossa Senhora da Apresentação (http://nsapresentacao.org/site/historia/), a primeira do Rio de Janeiro. O engenho principal de Manoel de Paredes ficava em Sapopema e lá havia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Nos autos, estranhamente, não é citado se Brites tinha filhos, seja com José ou com seu falecido marido Manoel Pestana de Brito. Muitas eram as pessoas livres vinculadas aos engenhos de Manoel de Paredes, tais como as que testemunharam a favor de Brites: Pedro Vieira, Manoel Vaz Coelho, Pe. Bernardo de Almeida, Izabel Proença, Andreza Almeida, Pedro Vieira Homem. É uma conjectura muito óbvia que José tornou-se o líder destas pessoas livres que trabalhavam nos engenhos. E se o José de Abreu Bacelar for o mesmo (e deve ser, pois não se faziam Cavaleiros da Ordem de Cristo todo dia!) que foi para o rio Parnaguá no Piauí, então deve ter levado alguns "cariocas" com ele. E eram pessoas experientes em finanças, pois já operavam até com exportação.