domingo, 28 de outubro de 2012

Roberto Jefferson e a Dosimetria

Nestes últimos dias Roberto Jefferson anda pensando muito em eleições e dosimetria, por motivos óbvios. Escreveu esta pérola política:


Dificilmente sairá das urnas um partido ou político que possa ser chamado de "o maior vencedor de 2012", pois há nítida fragmentação nas escolhas do eleitor. O mesmo discurso governista ou oposicionista que seduz em algumas praças pode ser fragorosamente derrotado em outras. A conclusão é que a dosimetria está na moda também nas eleições. O eleitor está sabendo aplicar com sabedoria a dose do seu apoio, condenando quem abusa da sua inteligência ou quem tenta vencer pelo jogo sujo. Nossa democracia avança no caminho do seu pleno amadurecimento".
Postado por Roberto Jefferson às 12:07, dia 28/10/2012 (http://www.blogdojefferson.com/index.aspx).

Novamente, o "Tempo Fechou" quando Genoino Votou

Hoje, quando Genoino do PT foi votar, houve novo tumulto (http://www1.folha.uol.com.br/poder/1176751-militantes-do-pt-agridem-jornalistas-durante-votacao-de-genoino-em-sp.shtml). Desde tempos imemoriais, uma condenação penal é algo que abala qualquer um. Desta vez o embrulharam na bandeira brasileira, a qual sempre foi muito generosa. Gritavam que a luta continua. É óbvio que a luta do PT deve continuar, pois o partido tem, historicamente, dívidas enormes para com o Povo e convém que as lideranças mais jovens do partido as cumpram. E a esperança maior é a Presidenta do Brasil e o Prefeito da maior cidade os quais, quis o destino e o Povo, que fossem do PT. Do Genoino, em face das circunstâncias impostas, muito pouco se pode esperar em curto prazo.

A velha guarda do PT não diz que fizeram uma revolução na história do Brasil, sem derramamento de sangue? Deviam saber que as revoluções engolem seus líderes. No suposto caso brasileiro, a revolução cobrou algo bem mais sutil. Se Genoino se diz herói (e talvez até possa ser mesmo!), devia aceitar o martírio dos heróis e dar o exemplo, tal como Sócrates. É isto o que dele espera todo o Povo Brasileiro.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1176751-militantes-do-pt-agridem-jornalistas-durante-votacao-de-genoino-em-sp.shtml

Lossian Barbosa Bacelar Miranda.
lossian@oi.com.br

A Desgraça e a Filosofia

Como dizia o senador filósofo Mão Santa (os seus discursos no Senado tiveram a pretensão filosófica), uma imagem vale mais do que mil palavras. A imagem abaixo é consequência do linchamento que um grupo de jovens cristãos impôs aos mulçumanos em Kaduna-Nigéria após um atentado próximo a uma igreja católica desta cidade.

Ainda bem que aqui no Brasil estamos tendo eleições, e pacíficas. Porém, se estiver havendo compra de voto em larga escala, a desgraça não terá sido menos intensa. Apenas  menos visível, fria e calculada.


Religião e política, terrorismo, Igreja Catôlica, Muçulmanos

Lossian Barbosa Bacelar Miranda
lossian@oi.com.br

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mensalão Começa a Derrubar Reforma da Previdência

A reforma da previdência (votada logo nos primeiros meses do Governo Lula) sofreu um duro golpe da justiça. O juiz Geraldo Claret de Arantes de Minas Gerais determinou que uma viúva recebesse  R$ 4.801,00 em vez dos R$ 2.575,71  que deveria receber pela reforma da previdência (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,decisao-de-juiz-mineiro-coloca-em-xeque-a-reforma-da-previdencia,950324,0.htm). As cifras dizem o quanto o assunto é vital. Os endereços deste JUIZ são geraldo.arantes@gmail.com e garantes@ig.com.br, os quais estão em seu blog pessoal http://www.juizgeraldoclaret.adv.br/.


Geraldo Claret de Arantes. Fonte: http://www.juizgeraldoclaret.adv.br/

Lossian Barbosa Bacelar Miranda
lossian@oi.com.br

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Edital de Eleição para Reitor do IFPI e Diretores Gerais dos Campi

Acaba de sair o edital Nº 4, DE 23 DE OUTUBRO DE 2012 (http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=24/10/2012&jornal=3&pagina=35&totalArquivos=232) no qual o Ministro Aloizio Mercadante Oliva estabelece o rol das instituições que devem fazer eleição até março de 2013 em conformidade com os dispositivos legais que estabelecem estas eleições. No Piauí as instituições são: Reitoria do IFPI e diretorias gerais dos campi Teresina Central e Floriano. 

Cabe salientar que os dispositivos legais estabelecem um período de noventa dias entre a deflagração da eleição e o término do mandato que expira em 18/12/2012, conforme dissemos na postagem do dia 14 de julho de 2012 (http://pyaugohy.blogspot.com.br/search?q=o+novo+reitor+e+a+elei%C3%A7%C3%A3o). No entanto, ainda é possível fazer a eleição antes do fatal dia 18/12/2012. Houve greve e a comunidade é sensível a estes problemas pois, a atividade educacional é, em sua essência, plástica. E lida constantemente com o imprevisível, o novo e os desafios. O Presidente do CONSUP deve, imediatamente, deflagrar o processo eleitoral. Há, inclusive, uma Representação junto ao Ministério Público Federal em relação ao atraso nesta deflagração, conforme postagem nossa do dia  21 de setembro deste ano (http://pyaugohy.blogspot.com.br/search?q=Paulo+Henrique).

Lossian Barbosa Bacelar Miranda
lossian@oi.com.br

Lampião e Seu Pacífico Irmão que Viveu no Piauí

Em comentário ao livro “De Olho em Lampião – Violência e Esperteza”, afirma Marcos Diego Nogueira

"No auge de sua trajetória no cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, conseguiu com um bando de 50 homens afugentar 400 soldados que o perseguiam. O episódio deu-se no Piauí, em 1927, e ficou conhecido como a Batalha de Macambira" [http://www.istoe.com.br/reportagens/166039_LAMPIAO+PARA+INICIANTES]. 

O que geralmente se diz é que Lampião não atuou no Piauí e nem no Maranhão. Meu avô José Barbosa de Miranda, que era tropeiro e durante certo período foi comerciante ambulante ("pegou" até o apelido de "José Botão", conforme atestam registros de compra e venda no cartório de Altos-PI), conheceu e tinha até muita amizade com um irmão de Lampião, o qual, segundo ele, era uma pessoa completamente avessa a qualquer tipo de conflito.

A citação acima, apesar de controversa, possui alguma lógica quando confrontada com as informações orais que a mim foram prestadas por meu avô. Um lugar onde um dos nossos afugenta oito inimigos é ideal para morar um irmão nosso cujo objetivo é viver em paz. Foi o único irmão de Lampião, dos oito, que não entrou para o cangaço.

img.jpg http://www.istoe.com.br/reportagens/166039_LAMPIAO+PARA+INICIANTES;
http://180graus.com/geral/aos-101-anosmorre-dona-mocinha-irma-do-cangaceiro-lampiao-veja-496031.html.




https://www.google.com.br/search?q=wikipedia+degola+de+lampiao&rlz=1C1CHOL_pt-brBR406BR406&sugexp=chrome,mod%3D0&um=1&ie=UTF-8&hl=pt-BR&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=ZTiPUIqpJIj50gGwzIGgCA&biw=1280&bih=653&sei=dDiPUMwT6bvQAZiWgbAH

Acima, suposta foto de Lampião e Maria Bonita, exposição das cabeças do bando (notem que, contando-se com os dois chapéus à frente, são 13 defuntos!), Maria Ferreira Queiroz, irmã mais jovem falecida este ano. As cabeças foram enviadas para estudos no sul do Brasil e só foram enterradas décadas depois.


Lossian Barbosa Bacelar Miranda

lossian@oi.com.br

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Carta dos Índios Guarani-Kaiowá ao Estado Brasileiro



Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.
Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós.  Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.
Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.
Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.
Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para  jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.
Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.     
Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay
Meu pai era neto de índios, com os quais viveu. Ele me disse que quando pequeno não gostava muito do avô dele, o qual era muito calado e ficava o tempo todo de cócoras pensando. E que o seu avô só gostava de uma neta dele, a qual era bem parecida com ele, característicamente índia (meu pai era preto, fisicamente muito parecido com o Gandi). Meu pai dizia que eles se suicidavam mesmo, era uma característica deles.
Quantas pequenas aldeias já não se suicidaram , meu DEUS! Que merda! Se morreram, nós nem iremos saber, haverá um pacto de silêncio, pois todos serão culpados, por não acreditarem que eles não são exatamente como nós, têm a dignidade como valor maior que o "valor".
Lossian Barbosa Bacelar Miranda
lossian@oi.com.br