quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Está Caótico

Eu estava estudando a teoria do caos. Um dia fui à UFPI com a professora Ceres a qual, naquele momento, era aluna de física por lá. Como o ônibus no qual fomos estava malditamente lotado, fomos ao DCE reclamar. Duas horas depois haviam vários ônibus queimados, muitos alunos presos e alguns feridos (leiam os jornais do período!). Neste dia eu aprendi que o caos era muito mais complexo do que o que eu imaginava. Cheguei até a pensar que a causa havia sido nossa insignificante reclamação (quantas já não haviam sido feitas, meu DEUS!?).

Sinto que algo parecido pode ocorrer no IFPI nesta eleição. Não me refiro exclusivamente a conflitos violentos, mas também ao próprio desenrolar dos acontecimentos eleitorais. Há bem pouco tempo uma zona de determinismo se apresentava para os líderes políticos da atual gestão, os quais tudo fizeram para entrar na zona do caos político.

Este breve artigo é de análise política pura, frio e calculista, não expressando nenhum espírito propagandístico (como candidato provável, o que eu quero, já disse e todos já sabem: fazer eleição para todos os cargos).

A coisa complicou-se tanto, que não vejo favoritismo para ninguém, nem mesmo para os "apoiadores do governo interno". De fato, estes apoiadores apontam um caminho de alta rejeição e os outros dois ainda não conseguiram se livrar de um projeto de poder pessoal. E esta é uma carga pesada da qual inevitavelmente terão que se livrar, caso queiram ter sucesso em suas campanhas.

Quanto a mim, o que posso dizer é que estou cansado de ver gente usar as instituições em proveito próprio, se escondento atrás das mais variadas "construções coletivas", sejam elas públicas, privadas ou privadas de interesse público. No plano político nunca me escondi atrás de outras coisas além de minhas opiniões e aí se acha toda a força e/ou fraqueza de minha provável candidatura.

Outros candidatos podem aparecer, e para a nossa democracia, quanto mais, melhor. No entanto, convém defendermos o segundo turno, para não corrermos o risco de ver os nossos históricos grupamentos pulverizados dentro de grupões de interesses, tal como ocorre algumas vezes nas coligações partidárias.

Lossian Barbosa Bacelar Miranda.

Cotas

O Senado Federal acaba de aprovar cotas sociais e raciais (http://oglobo.globo.com/educacao/senado-aprova-cotas-em-universidades-publicas-5721858). A partir de agora as cotas serão obrigatórias de modo generalizado. No início de 2004 já promovíamos estas ações como presidente do SINDIFPI (antes, SINDCEFET-PI). Naqueles, tempos, é bom informar, muita gente no ANDES-SN era contra o sistema de cotas. Vejam a notícia da época no sítio  http://antigo.andes.org.br/imprensa/ultimas/contatoview.asp?key=2415.

Tanto eu quanto o professor Marcelo Tragtenberg (vejam o seu artigo http://www.scielo.br/pdf/cp/v36n128/v36n128a10.pdf) e alguns outros que participaram do 23º Congresso do ANDES-SN  sofremos muito com o aprofundamento de estudos do ANDES-SN sobre a questão. Ele por ter muita vivência histórica nestas questões, inclusive, devido ao seu pai Maurício Tragtenberg (veja http://pt.wikipedia.org/wiki/Maur%C3%ADcio_Tragtenberg) e, eu, por ser de ascendência africana bem próxima. Mas ainda é cedo para comemorar.

Lossian Barbosa Bacelar Miranda - Presidente fundador do SINDIFPI.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Como não indignar-se?

É realmente revoltante o servidor solicitar no dia 14/06/2012 diárias e passagens para participar de um congresso na Argentina no dia 06/08/2012 e receber resposta insatisfatória no dia 06/08/2012. Ocorreu comigo hoje. O que é que está acontecendo? Onde estão os critérios, os procedimentos operacionais e os prazos que devem ser seguidos?

Lossian Barbosa Bacelar Miranda.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Problema do PROIFES

Acompanhei de perto o movimento sindical nos últimos 30 anos e não vi antes o panorama que a negociação do Governo com o PROIFES nos apresenta. Vamos simular e “matematizar” o caso para ver se melhor entendemos. Quatro camaradas A, C, P e S negociam com o patrão e querem 100. P diz: “me contento com 60”. Dentro de uma situação tipicamente privada seria fácil a solução: P receberia 60 e o patrão passaria a negociar com os três restantes. O problema é que na esfera pública todos têm que receber iguais valores e, portanto, o consenso é inevitável. A menos que se divida o problema em duas etapas, a saber, P sai da negociação recebendo 60, valor este que é concedido, também, aos três restantes, os quais em uma nova negociação pedirão os 40 restantes, os quais, se conseguidos, terão que ser concedidos, também, a P. Ao agir desta forma P delega poderes para os três restantes negociarem em seu lugar. E aqui aparece um interessante problema matemático com fortes aplicações político-sociais: 

Em termos percentuais, qual terá sido a contribuição de P e dos demais  negociadores caso os três restantes consigam o valor 60+x, sendo 0<x<40?

Generalize para n negociadores que pedem um valor arbitrário v e um deles, P1, se contenta com v-q1 e após renegociação os demais conseguem v-q1+x (0<x<q1)? Analise também o caso em que r negociadores P1,...,Pi,...,Pr (0<r<n) se contentam respectivamente com valores v-q1,...,v-qi,...,v-qr e após renegociação os demais conseguem um valor maior v-min{qi}+x, com 0<x<min{qi}?

OBSERVAÇÃO: podemos também considerar o sinal “menor ou igual que”.

Chamarei este problema de “Problema do PROIFES”, pois, mesmo que seja aparentemente fácil de resolver, é complicado, sendo, realmente, um desafio na busca dos princípios básicos da proporcionalidade.

Lossian Barbosa Bacelar Miranda – Presidente fundador do SINDIFPI.

Lembremo-nos das Técnicas e não Esqueçamos o Ser Humano

Ontem assisti à solenidade de posse de nossos mais novos colegas servidores do IFPI. Não apenas os parabenizo, mas deposito as maiores esperanças de que sejam muito felizes em suas atividades profissionais. Foi realmente uma solenidade muito bonita. Só lamento que nas formalidades tenham ocorrido alguns esquecimentos. No entanto, estes, por mais grosseiros que fossem, jamais poderiam apagar o brilho da solenidade, cheia de jovens esperançosos por justiça social, abraçando uma carreira no setor onde de modo exemplar podemos praticá-la de modo preventivo. Jamais se esqueçam de que é preciso muita responsabilidade, transparência, independência, sensibilidade e respeito máximo ao Artigo 5º da Constituição Federal.

domingo, 29 de julho de 2012

Evitemos "Caixa 2"


No Poder Executivo Federal são poucos os setores onde impera a eleição direta. O educacional é um deles.  Em história é muito arriscado dizer-se que algum tipo de coisa iniciou-se com algum evento específico. Por exemplo, algumas reportagens apressadas chegaram a dizer ontem que com a Sarah Menezes houve um "boom" no judô piauiense, que "antes era desconhecido". Creio que possa e, é bom que haja agora, após a sua importante vitória. Mas ela é da 4ª geração do pai de nosso colega Hélio Queiroz, da mesma forma que os nossos bons jogadores de xadrez de hoje são da 3ª ou 4ª geração do Doutor José Gomes (marido da colega que cuida de nossa saúde) e de João Baptista (eu e meus irmãos somos da 1ª geração).  Em anos recentes, atribuo a instituição das eleições no meio acadêmico às manifestações que fizemos na UnB em prol das eleições diretas por lá. O reitor havia sido nomeado, nós alunos elegemos Buarque e o entregamos ao MEC numa passeata, do Campus da UnB à Esplanada dos Ministérios. A pressão foi grande e Buarque acabou sendo nomeado pelo MEC. Depois tornou-se político nacional, graças aos estudantes. E hoje é inaceitável no Brasil um reitor não eleito (salvo, os "tampões").  Amanhã inicia-se a semana decisiva para o julgamento do chamado "mensalão", o qual foi o ponto culminante de uma prática lesiva à democracia brasileira chamada "caixa 2 das eleições partidárias". Normas foram criadas para disciplinar o processo eleitoral e inibir o "caixa 2". Entretanto, as eleições nos institutos federais continuam as mesmas, e se não tomarmos os devidos cuidados, nós próprios acabaremos sendo vítimas destas práticas. As normas das eleições partidárias estabelecem um alto grau de transparência com a criação de contas bancárias, comitês, divulgação na INTERNET em dois momentos, prestação de contas para os tribunais, controle pela Receita Federal, diminuição dos gastos, controle das sobras de campanha e condicionamento das doações e dos doadores. E para as nossas eleições? Nada.  A interpretação jurídica ampla que faço é a de que as nossas eleições deveriam ser as mais simples possíveis e de modo que não houvesse qualquer gasto de campanha por parte dos eleitores e dos candidatos. Os partidos são entes privados ao contrário dos servidores, que são públicos. Quanto aos nossos alunos, não convém que gastem qualquer real doando a candidato algum. É neste espírito que pretendo concorrer nas próximas eleições para reitor do IFPI. Diz o art. 6º do Decreto 6.986/2009:

"Art. 6o  A comissão eleitoral central terá as seguintes atribuições:
... III - providenciar, juntamente com as comissões eleitorais dos campi, o apoio necessário à realização do processo de consulta" .


Este apoio pode ser muito variado, inclusive de modo a evitar gastos de campanha abusivos e prejudiciais ao bom andamento de eleições que devem ser educativas para o país.


Lossian Barbosa Bacelar Miranda.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pergunta aos Universitários

Se você é um dos que pensa serem desnecessárias audiências e consultas públicas, conforme postagem anterior nossa, responda, "sem pestanejar", à seguinte pergunta:

Pode o atual Reitor do IFPI se candidatar ao cargo de Diretor Geral do Campus Teresina Central nas próximas eleições?

Gente, esta é uma das questões mais simples. Se quisermos fazer eleições isentas de conflitos graves, convém fazermos uma audiência pública e construirmos através do debate consensual  uma rota segura para elas. Cuidemos para que não ocorra entre nós o que ocorreu na UFPI.