A coisa ficou novamente perigosa e é necessário esclarecimento de nossa parte. Antes da guerra na Ucrânia começar eu expliquei a real razão da mesma:
Eu fiz a conta uma vez e, os russos, já a fizeram milhões de vezes. O já anunciado míssil hipersônico chinês Xingkong-2 (se foi anunciado, outros mais velozes dos EUA estão em construção para futuro próximo!) levaria apenas 5,72 minutos, em vôo razante, para ir de Kiev a Moscou. Nestas condições poderia evitar o sistema antimíssil russo e Moscou estaria vulnerável, bem como a defesa de toda a Rússia. É óbvio que os russos não aceitarão esta situação. Ou os EUA/OTAN cedem ou a Rússia invadirá a Ucrânia para evitar esta realidade. Neste ponto os russos já foram explícitos. No meu entendimento os EUA/OTAN tentarão empurrar com a barriga mas, os russos não aceitarão e, inevitavelmente, ocorrerá a invasão ou os EUA cederá, mais uma vez, como ocorreu no caso da Criméia. Os cálculos balísticos (são básicos, de equações quadráticas!) estão completamente favoráveis aos russos. A questão prática é: e a liberdade dos ucranianos? Infelizmente a Ucrânia está bem no meio de uma pré-guerra. E em guerras não existe liberdade, só a de matar! E a aviação russa será terrível, pois a Ucrânia tem geografia favorável para ataques aéreos.
Os russos continuam naquela ideia antiga e sempre acertada (sob o ponto de vista das guerras) de que ninguém pode ter a chance de atingir Moscou ou São Petersburgo sem levar o troco simultaneamente. Mas porque as coisas agora voltaram a ficar muito mais perigosas do que eram ontem? Novamente, a resposta é matemática e técnica, tal como antes do início da guerra: Se um avião F16 sobe, poderá levar arma atômica e surpreender a Rússia, atingindo Moscou ou São Petersburgo. Portanto, toda vez que um avião destes subir e estiver a uma certa distância da Rússia, a Rússia deverá responder dentro do padrão nuclear:
"En el curso de las operaciones de combate, nuestros militares no podrán determinar si cada avión concreto de este tipo está equipado o no para transportar armas nucleares", precisó Lavrov, destacando que "el mero hecho de que las Fuerzas Armadas ucranianas dispongan de esos sistemas será considerado por Rusia como una amenaza por parte de Occidente en el ámbito nuclear" (https://actualidad.rt.com/actualidad/473111-lavrov-entrega-f16-ucrania-sera-visto-rusia-amenaza-nuclear).
Ou seja, a Rússia estar a dizer claramente que as razões iniciais para a guerra continuam, e que não permitirá se colocar em situação de ser surpreendida. Na prática, a Rússia diz o seguinte: se esses aviões entrarem na Guerra, haverá guerra nuclear total, com destruição mútua. Se os EUA querem desgastar a Rússia numa guerra não nuclear, será melhor não colocar esses aviões em cena. Pois a situação da Rússia é a de quem está sob ameaça, não terá outra opção. Não convém ninguém blefar com ela.