quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Juízes já foram mais rápidos na resolução de questões educacionais

     No dia primeiro de agosto deste ano eu conversava com Reginaldo Miranda da Academia Piauiense de Letras sobre a Ana Maria do Nascimento, sobrinha de José de Abreu Bacelar, o qual viveu na vila de Parnaguá da Capitania do Piauí entre 1712 e 1759. Ele quase chegou a me convidar a fazer uma crônica sobre a vida de Ana Maria. Eu disse que não estava preparado para tão complexa tarefa e estou esperando que ele mesmo faça, pois até foi ele o primeiro a falar dela para mim. O que digo para ele é que Ana Maria do Nascimento tem grande probabilidade de ser trizavó de um dos meus quatro bisavós. Sei que ele está escrevendo sobre José de Abreu Bacelar e Ana Maria do Nascimento e fará, como sempre fez, belo trabalho literário e histórico. Vou escrever sobre pessoas mais jovens, acerca das quais temos mais informações. 
Em 1824, os gastos com a educação oficial no Piauí eram irrisórios, contando apenas com três escolas primárias, em Oeiras, Campo Maior e Parnaíba, e duas cadeiras secundárias de latim, em Oeiras. Assim, a educação no Piauí continuava esbarrando em dois entraves já citados: falta de recursos para a educação e de pessoas qualificadas para o magistério. 
     Eu estava olhando hoje umas anotações genealógicas que fiz no Arquivo Público do Estado do Piauí há muitos anos e nelas ví o seguinte: 
13/02/1824. "Luiz Pereira de Abreu Bacelar requer a cadeira de Primeiras Letras da villa de Valença" [fl.95].
09/4/1824. Lúcio Pereira de Abreu Bacelar requer exame para a cadeira de Primeiras Letras da Villa de Valença [fl. 112].  
Observação: Ele foi então no dia 10/4/1824 ao Ouvidor para o exame. 
13/4/1824. Lúcio Pereira de Abreu Bacelar toma posse [fl. 113]. 
Sargento-Mor Claro Luíz Pereira de Abreu Bacelar requer 75 dias de licença para ir ao Maranhão cuidar de seu negócio [fl. 116v].                                                       COD.461
    Vejam o quanto Lúcio e o Ouvidor foram rápidos! E o que o Sargento-Mor tem a ver com a história desses nossos dois primeiros professores públicos? Bem... Luiz e Lúcio deviam ser, pelos princípios básicos da genealogia, filhos ou sobrinhos do Sargento-Mor, o qual devia estar apressado para resolver a questão do emprego deles. Havia guerreado durante mais de três meses contra o Fidié, matando um bocado de gente. E o Ouvidor? Bem... O que ele  menos queria nesse Mundo era "sentar em cima" desse processo.

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