Estou nesse momento aqui na Santa Casa de Teresina-PI, no hospital São Marcos, sem fins lucrativos, herdeiro de fato e de direito das imperiais santas casas. Eu mesmo, nunca contribuí diretamente, mas meus ancestrais colaboraram muito para as antigas santas casas. Mas isso hoje é, mais, história. E a história me trouxe aqui, pois vim na expectativa de ver meu colega Kenard Kruel. Kenard foi o jornalista, o qual dizem ter sido preso nos anos 1990 durante uma revolta estudantil contra o mal serviço de transporte na UFPI. Eu mesmo não o vi preso, vi a minha irmã Lujan Maria Bacelar de Miranda e sua colega Mirtes Sá, de cujas prisões os repentistas fizeram um cordel. Eu próprio fui um dos que primeiro iniciou, nas proximidades do DCE, a reclamação contra o mal serviço (e era péssimo mesmo, hoje está muito melhor!), dá qual se espalhou a revolta. E falavam que teriam machucado o Kenard, o qual era, salvo melhor juízo, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Piauí. Foi uma grande polêmica e eu, se já não fosse mestre em Teoria do Caos (Movimentos Caóticos na Dinâmica do Pêndulo Simples, UFPE, 1992), me sentiria culpado pelo sofrimento do Kenard. Mas o fato, é que o Kenard escapou e continuou como tem sido até agora, ínclito.
Décadas se passaram e, um belo dia, recebi um telefonema do Kenard, sob o patrocínio de Dona Genovefa Aguiar (Dona Genú, filha do governador Eurípedes de Aguiar!). Kenard estava a auxiliar Dona Genu a fazer a sua autobiografia e precisaram de mim para contar um pouco a história da Serra Negra, fazenda muito importante para os ancestrais dela. Ambos, ficaram bons amigos meus e, inclusive, me citaram no livro (o livro ficou subjudice!) autobiográfico, fato que honra a mim e meus familiares, mormente os Bacelar descendentes de Luis Carlos da Serra Negra. Kenard também deu para mim um livro seu sobre a História do Piauí. Dona Genú faleceu e não fui ao velório, e nem ao sepultamento.
Hoje pela manhã tomei conhecimento da situação de saúde do Kenard, hospitalizado aqui no Hospital São Marcos. Kenard é um intelectual cuja grandeza, sob todos os aspectos, dispensa comentários meus. A maneira singela que acho para falar dele é dizendo que sou seu fã, tal como era de Dona Genú.