"MAL SECRETO
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, Raimundo. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1961, p.135-136."
Este poema já devia ter sido entendido, para o crescimento do país, diminuição da injustiça que usualmente sofrem as pessoas vítimas da inveja ignorante. É necessário que este poema seja explicado nos casos concretos para que as ignorâncias engendradas pela inveja se dissipem e possamos viver num país com mais felicidade. Uma quantidade imensa de pessoas destróem suas vidas e as dos outros devido à inveja que tem como causa maior a ignorância da realidade do mundo. Vou dar um exemplo muito comum e em seguida explico.
NÃO DEVÍAMOS DE FORMA ALGUMA INVEJARMOS PESSOAS MUITO INTELIGENTES
Para se viver bem e ser feliz é necessário ter funcionamento neuronal normal, tal como a maioria das pessoas têm. A inteligência maior nas pessoas requer um encaixe neuronal ainda inadequado para o ser humano. Uma pessoa muito inteligente é um mutante no qual a natureza ajusta a estrutura neuronal em certas partes em detrimento de outras, no organismo. Henri Poincaré mal conseguia caminhar que prestasse, Albert Einstein tinha sérios problemas no convívio social, filhos doentes, alguns abandonados, etc., etc. Pascal tinha terríveis dores de cabeça todo dia. Mas a mídia, desgraçadamente, só retrata nos inteligentes famosos a parte boa que causa inveja aos normais, o "glamour". Via de regra, os inteligentes têm idéias fixas, manias, autismos e depressão, a qual é uma das maiores causas de sofrimento que o ser humano pode ter, muitas vezes gerando perda da vontade de viver. Se todo normal pudesse ter depressão, como eu tive ao tentar apagar um incêndio (queimei as dopaminas), a realidade do Brasil seria diferente. Pois eles não teriam mais inveja de nenhum inteligente. Muito pelo contrário, se solidarizariam com eles para diminuir os seus sofrimentos e auxiliá-los no cumprimento de suas missões. Alguns povos têm mais solidariedade com os inteligentes do que outros. A Alemanha tem muito mais do que o Brasil, por exemplo. A impressão é que os alemães muitas vezes foram salvos pelos inteligentes e isso ficou impregnado na genética deles. Situação parecida ocorre em relação ao Reino Unido: agora mesmo eles estão precisando de um inteligente que faça o tal BREXIT da melhor maneira! E aqueles "inteligentes" bem sucedidos, ricos e felizes? Podem investigar com calma que a probabilidade de terem sido ladrões das idéias alheias é muito alta.