No dia primeiro de agosto deste ano eu conversava com Reginaldo Miranda da Academia Piauiense de Letras sobre a Ana Maria do Nascimento, sobrinha de José de Abreu Bacelar, o qual viveu na vila de Parnaguá da Capitania do Piauí entre 1712 e 1759. Ele quase chegou a me convidar a fazer uma crônica sobre a vida de Ana Maria. Eu disse que não estava preparado para tão complexa tarefa e estou esperando que ele mesmo faça, pois até foi ele o primeiro a falar dela para mim. O que digo para ele é que Ana Maria do Nascimento tem grande probabilidade de ser trizavó de um dos meus quatro bisavós. Sei que ele está escrevendo sobre José de Abreu Bacelar e Ana Maria do Nascimento e fará, como sempre fez, belo trabalho literário e histórico. Vou escrever sobre pessoas mais jovens, acerca das quais temos mais informações.
Em https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548177543_530ff079794f63c043ecf19638ba2dd5.pdf é afirmado:
Em 1824, os gastos com a educação oficial no Piauí eram irrisórios, contando apenas com três escolas primárias, em Oeiras, Campo Maior e Parnaíba, e duas cadeiras secundárias de latim, em Oeiras. Assim, a educação no Piauí continuava esbarrando em dois entraves já citados: falta de recursos para a educação e de pessoas qualificadas para o magistério.
Eu estava olhando hoje umas anotações genealógicas que fiz no Arquivo Público do Estado do Piauí há muitos anos e nelas ví o seguinte:
13/02/1824. "Luiz Pereira de Abreu Bacelar requer a cadeira de Primeiras Letras da villa de Valença" [fl.95].
09/4/1824. Lúcio Pereira de Abreu Bacelar requer exame para a cadeira de Primeiras Letras da Villa de Valença [fl. 112].
Observação: Ele foi então no dia 10/4/1824 ao Ouvidor para o exame.
13/4/1824. Lúcio Pereira de Abreu Bacelar toma posse [fl. 113].
Sargento-Mor Claro Luíz Pereira de Abreu Bacelar requer 75 dias de licença para ir ao Maranhão cuidar de seu negócio [fl. 116v]. COD.461
Vejam o quanto Lúcio e o Ouvidor foram rápidos! E o que o Sargento-Mor tem a ver com a história desses nossos dois primeiros professores públicos? Bem... Luiz e Lúcio deviam ser, pelos princípios básicos da genealogia, filhos ou sobrinhos do Sargento-Mor, o qual devia estar apressado para resolver a questão do emprego deles. Havia guerreado durante mais de três meses contra o Fidié, matando um bocado de gente. E o Ouvidor? Bem... O que ele menos queria nesse Mundo era "sentar em cima" desse processo.
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