sábado, 10 de agosto de 2019

ESCOLA PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO: MAIS UMA POLÊMICA

Qando ele foi eleito eu disse: vai ser o mais cobrado da história. O que eu não sabia era que a própria história seria cobrada por ele. Vamos direto à confusão. O Primeiro Vice-Presidente da Confederação Nacional do Comércio, Valdeci Cavalcante, com o apoio do Prefeito de Parnaíba, o famoso Mão Santa, fez através da FECOMÉRCIO a Escola Presidente Jair Messias Bolsonaro em um prédio histórico supostamente abandonado, o qual estava sob a administração da Universidade Estadual do Piauí-UESPI. Está marcada a inauguração dela para o dia 14/08/2019.
Antes de ontem (08/08/2019) o Reitor da UESPI enviou Ofício para o Procurador Geral do Estado do Piauí, conforme segue, solicitando providências judiciais cabíveis, pedindo regularização da posse deste maravilhoso e caríssimo prédio que fica no "miolinho" de Parnaíba, na Rua Capitão Claro/São Sebastião:


https://portalaz.com.br/noticia/geral/17555/reitor-pede-escola-de-volta-e-valdeci-manda-que-ele-se-olhe-no-espelho

O estranho é que só agora o administrador toma conhecimento de que o prédio nem escritura tem. E como é que ficou assim sem escritura? Como explicar um mistério desses? E porque ele se chama, Miranda Osório? É aí onde justifico que Bolsonaro está cobrando a História do Piauí, a qual é tão importante quanto as escolas pois, se é na escola que se aprende a História, fica difícil aprender ou ensinar sem história para contar. Por enquanto, a única contribuição que posso oferecer é transcrever algumas passagens do livro Informações Genealógicas Relativas a Luiz Carlos da Serra Negra onde o Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Osório é mencionado: (https://www.academia.edu/34310855/Informa%C3%A7%C3%B5es_Geneal%C3%B3gicas_Relativas_a_Luiz_Carlos_da_Serra_Negra):
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"Em 21/01/1818, na Fazenda Tapera, Claro Luiz Pereira de Abreu Bacellar faz uma procuração para os seguintes procuradores:
1. Em Valença: Capitão-Mor Antonio Joze Leite Pereira de Castello Branco, Capitão Vasco Joze Pereira de Abreu Bacellar, Capitão Antonio Soares da Silva, advogado Manoel Joze Barboza de Godois;
2. Em Oeiras: Manoel Pinheiro de Miranda Ozorio; Capitão Francisco de Souza Mendes, advogado Bernardo Joze de Mello, advogado Mauricio Pereira Falcão;
3. Em Campo Maior: Dr. Miguel Borges Leal Castello Branco, advogado Ignacio Francisco Freyre, Capitão Antonio Joze de Araujo Bacellar;
4. Em Caxias: Capitão João Bento de Britto, Joaquim Joze das Neves, Capitão Antonio Francisco de Sá;
5. Em São Luis do Maranhão: Dr. Joze Francisco Souto, Dr. Patrício Joze de Almeida e Silva, Dr. Manoel da Paixam Zaqueo;
6. Bahia: Francisco Lopes Duarte, Manoel Teles da Veiga, Antonio Jorge dos Santos;
7. Rio de Janeiro: Capitão Carllos Mathias Pereira, Capitão Joze de Artiago de Souto Maior, Tenente Coronel Francisco Manoel da Cunha.
As testemunhas foram Lucio Pereira de Abreu Bacellar e Florencio Joze Leite Pereira. O registro foi feito em Valença em 21/01/1818, pelo Juiz Ordinário Valentim Joze dos Anjos [Caixa Valença Judiciário nº 450]".
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"Acerca do mesmo capitão-mor, transcrevemos um ofício encaminhado pela Junta de Governo do Piauí recém-independente:
“Ilustríssimo Senhor

Não ser oculto a Vossa Senhoria o feliz acontecimento do dia 24/01/1823 no qual felizmente aclamamos a Nossa Independência e nosso Augusto Imperador mas tão bem lhe será manifesto que desta mesma província marchou com forças de tropas de linha milícias contra a Villa da Parnahiba por ter aclamado a Independencia, o ex-governador das Armas Fidié ao qual esta mesma Junta oficiou para que depuzesse o governo e entregasse o Governo da Força ao Capitão Miguel Pimenta de Sampaio, porém este homem querendo ser outro Madeira no Norte não somente não quis depor  o governo das Armas , mas ainda marcha com as forças que tem e tropas auxiliadoras do Maranhão a invadir a Província e derribar a Systema da Independencia. Hoje pelas sette horas da manha recebeo esta Junta hú Oficio em que certificava esta marcha pedindo forças para se opor contra este malvado. Nestas circunstancias marchamos com toda a tropa que temos mas ainda assim precizamos auxilio das Províncias independentes por que não sabemos ate honde a luta poderá chegar. Por essa razão tendo esta Junta pleno conhecimento de que Vossa Senhoria hé hú dos honrados Brazileiros que defende a honra da Nação e do Imperador e mesmo conhecendo por executor de Ordens por isso determinou mandar a Joaquim Pedro da Costa Lobo para de voz viva participar a Vossa Senhoria o perigo iminente em que está a Província e quanto hé precizo para Salvação da Pátria o prompto Socorro. Espera pois esta Junta no brio, honra e amor de Vossa Senhoria para com a Nação e o Augusto Monarca Protetor que não haja de faltar a hú dever tão sagrado pelo qual seo nome ficará imortalizado nos fastos da estória  = Sobre o número da tropa que Vossa Senhoria deverá mandar esta Junta não arbitra com peito certo, porém sim o maior possível e tudo bem armado maxime com armas de fogo e tudo mais quanto for a bem da Santa Cauza, o nosso enviado exporá a Vossa Senhoria. Deos guarde a Vossa Senhoria. Palácio do Governo de Oeiras, 16 de março de 1823. Manoel de Souza Martins Prezidente = Joaquim de Souza Martins Tenente Coronel Governador das Armas, Manoel Pinheiro de Miranda Ozório Secretário. Ignácio Francisco de Araújo Costa = Miguel Jozé Ferreira = Honorato Jozé de Moraes Rego.
Ilustríssimo Senhor Capitão-Mor Liberato Jozé Leite Pereira de Castello Branco
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 "[17] O traslado de seu testamento, do qual foi testamenteiro universal o Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Ozório, encontra-se na caixa Nº 453 do Judiciário de Valença-PI do APPI" (Nota de rodapé relativa ao Testamento do Capitão Mor de Valença Antônio José Leite Pereira Castelo Branco). 
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"O capitão Reinaldo Pereira de Abreu Bacellar foi curador dos menores no Inventário do Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Ozorio e sua mulher Maria Magdalena Ozorio em 11/09/1854 [Caixa Judiciário Valença n° 450 APPI]".
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Se o terreno desse prédio tiver pertencido ao glorioso Tenente Coronel Manoel Pinheiro de Miranda Ozório,  com estas informações acima (mormente a última) talvez seja possível descobrirmos o mistério da inexistência do título de propriedade do prédio Miranda Osório. Quanto às providências cabíveis que o Reitor da UESPI pede, a melhor será deixar a Escola funcionar em paz para o bem do Povo de Parnaíba. Espero que o Presidente da Nação venha sempre e me coloco à inteira disposição da FECOMÉRCIO para ajudar a Escola Presidente Jair Messias Bolsonaro em tudo o que ela precisar! 

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