Acompanhei
de perto o movimento sindical nos últimos 30 anos e não vi antes o panorama que
a negociação do Governo com o PROIFES nos apresenta. Vamos simular e “matematizar”
o caso para ver se melhor entendemos. Quatro camaradas A, C, P e S negociam com
o patrão e querem 100. P diz: “me contento com 60”. Dentro de uma situação
tipicamente privada seria fácil a solução: P receberia 60 e o patrão passaria a
negociar com os três restantes. O problema é que na esfera pública todos têm que receber iguais
valores e, portanto, o consenso é inevitável. A menos que se divida o problema
em duas etapas, a saber, P sai da negociação recebendo 60, valor este que é
concedido, também, aos três restantes, os quais em uma nova negociação pedirão
os 40 restantes, os quais, se conseguidos, terão que ser concedidos, também, a P.
Ao agir desta forma P delega poderes para os três restantes negociarem em seu
lugar. E aqui aparece um interessante problema matemático com fortes aplicações
político-sociais:
Em termos percentuais, qual terá sido a contribuição de P e dos demais negociadores caso os três restantes consigam o valor 60+x, sendo 0<x<40?
Em termos percentuais, qual terá sido a contribuição de P e dos demais negociadores caso os três restantes consigam o valor 60+x, sendo 0<x<40?
Generalize
para n negociadores que pedem um valor arbitrário v e um deles, P1, se contenta
com v-q1 e após renegociação os demais conseguem v-q1+x (0<x<q1)? Analise
também o caso em que r negociadores P1,...,Pi,...,Pr (0<r<n) se contentam
respectivamente com valores v-q1,...,v-qi,...,v-qr e após renegociação os
demais conseguem um valor maior v-min{qi}+x, com 0<x<min{qi}?
OBSERVAÇÃO:
podemos também considerar o sinal “menor ou igual que”.
Chamarei
este problema de “Problema do PROIFES”,
pois, mesmo que seja aparentemente fácil de resolver, é complicado, sendo, realmente,
um desafio na busca dos princípios básicos da proporcionalidade.
Lossian
Barbosa Bacelar Miranda – Presidente fundador do SINDIFPI.
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