quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A dança das cadeiras no IFPI


Em decorrência da frenética "dança das cadeiras" imposta pela atual gestão do IFPI, tem havido mais interesse em ler o Diário Oficial da União e debater sobre cargos e funções. E tenho notado que existem alguns equívocos em relação à real natureza dos cargos comissionados e funções gratificadas. São coisas tão longe uma da outra, quanto os valores monetários recebidos pelos exercícios de cada uma delas. As comissões em geral quase dez vezes mais que as gratificações. Na nomeação para uma comissão o gestor goza de um alto nível de discricionariedade, não ocorrendo o mesmo no caso das gratificações, onde a designação do servidor está totalmente condicionada ao mérito, sendo, na prática, uma extensão de suas atividades efetivas. É um serviço a mais para o servidor. E a "gratificaçãozinha" que recebe (é pequena mesmo, geralmente menor que o salário mínimo") corresponde ao cumprimento do princípio de direito que afirma que o Estado não pode se locupletar do trabalho alheio, isto é, aquele princípio que diz que o Estado deve viver única e exclusivamente de seus tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria). 

Portanto, dentro do atual jogo político de nossa instituição, igualar alguém que ocupou ou ocupa um cargo comissionado (que nem servidor efetivo tem a obrigação de ser) com um servidor gratificado é uma deslealdade política inaceitável e absurda. Dizer que um gratificado é da cúpula ou "joga no time" do "governo interno" é uma burrice muito grande. Em geral, jogam no "time do Brasil", sendo pessoas comprometidas com a causa pública. Eu próprio tenho visto e vivido este drama, mormente com os coordenadores. Muitos chegam mesmo a dizer coisas do tipo: "... o que ganho mal paga a gasolina!". Ou então: "... e se eu não aceitar, quem é que fica no meu lugar?". Ou: "... não posso sair".  Ou ainda: "... e como ficam os alunos?". Não tenho o menor medo de dizer (e quem quiser que me processe por isto) que é uma graça para a coisa pública (os romanos diziam res publica) quando algum servidor que já tem tempo para se aposentar fica aguardando a aposentadoria compulsória sendo coordenador ou um jovem cheio de energia e civismo assume uma coordenação. Tenho tido a graça de ver as duas coisas juntas em muitos departamentos de nossa instituição.


Professor Lossian Barbosa Bacelar Miranda.

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