A síntese das negociações até o
presente momento é a seguinte:
Neste domingo, a partir das 13h, serão
retomadas as negociações. Sindicatos em greve têm até a próxima terça-feira
(28) para dizer se aceitam ou não a proposta de reajuste salarial oferecida
pelo Governo, de 15,8% em três parcelas até 2015. O Governo afirma que não
é possível avançar na proposta de reajuste e que não há mais tempo hábil para a
análise de contra-propostas (http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/08/rodada-de-negociacao-entre-governo-e-grevistas-termina-sem-acordo.html).
Isto indica que cem dias foi pouco tempo para negociar, ou não
quiseram negociar. Daqui a poucos dias esta greve vai bater recorde de greves
no Brasil. Nestes mais de trinta anos que acompanho de perto o movimento
sindical no Brasil nunca vi tanta ostentação de desprezo por uma greve.
As propostas governamentais têm sido excessivamente impositivas
e “engessantes” para o movimento sindical, deixando suas reivindicações
salariais dependentes de atos governamentais futuros. Por exemplo, o governo
diz que o titular vai ganhar mais, porém, ele pode, estatisticamente, apertar a
torneira deste acesso, ocorrendo o mesmo com "outras vantagens". Em
qual universidade brasileira constitui direito líquido e certo de qualquer
mestre fazer doutorado no momento que quiser? Ou fazer concurso para titular?
Essencialmente, esta greve não possui caráter político-partidário. Mas o
Governo, ao que parece, não tem visto assim, pois tenta tirar o maior proveito
político da mesma. A proposta governamental é financeiramente fraca, pois há
muito tempo, estamos sem reajuste, ao contrário de outras categorias. E porque
este Governo faz proposta para até 2015 se a eleição presidencial é em 2014?
Quer parar as reivindicações salariais até o primeiro ano do próximo Governo?
Enquanto nós estamos numa labuta para sustentar nossas famílias "aqui e agora",
tem gente propondo sossego governamental com antecipação
trianual.
Lossian Barbosa Bacelar Miranda.
Lossian Barbosa Bacelar Miranda.
Um "sossegão", pois é muito tempo.
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