Acabaram de me aposentar (http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=01/02/2018&jornal=529&pagina=28). O dia no qual uma pessoa se aposenta é um dia como outro qualquer, mas é diferente sob o ponto de vista pessoal, pois a mente do aposentando, naquele dia, é muito diferenciada. Parece haver uma dose maior de adrenalina ou outra destas substâncias que fazem o sujeito ficar falador, inquieto, esquecido, agoniado e muito ansioso por coisa alguma, ansioso por nada. Passar trinta anos fazendo algo e de repente decidir ficar sem fazer nada significa ter alguma coragem. Eu não pensei muito pois, se eu pensasse demais, talvez decidisse não me aposentar. Agi de modo automático, tomando uma decisão "principiológica". Julgo que trinta anos de serviço é muito para a exclusiva atividade de ensino, tal como eu fiz por muito tempo. Apesar de a legislação brasileira falar em ensino, pesquisa e extensão, a nossa realidade sempre foi mais voltada para o ensino. Agora vou tentar me dedicar um pouco mais às duas outras atividades. Entrei bem, permaneci bem e, graças aos colegas, saí bem. Tanto no Colégio Objetivo de Brasília quanto no Estado do Piauí ou na Rede Federal de educação (Pernambuco e Piauí), jamais tive problemas. Os "trabalhos que dei" foram apenas aos meus adversários nas disputas político-acadêmicas das quais participei tenazmente (surrando e apanhando muito mais, sem chorar). Nunca me fiz de coitadinho para surpreender. E vi nos oponentes igual disposição. Enfrentei pessoas dignas que de uma forma ou de outra buscavam a melhoria da educação. Nunca vi sair da boca de ninguém, no IFPI ou nos outros centros, convites para a prática de atividades não republicanas como as que os telejornais mostram quase todos os dias. Isto é a melhor lembrança que levarei das instituições e dos colegas com os quais convivi. E constitui a prova da esperança que tenho nas instituições de educação. Para finalizar, quero dizer a todos que estou aposentado mas não estou morto não. Se precisarem de mim estarei à disposição.
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