A Coréia do Norte, efetivamente, nunca havia ameaçado os EUA. Diziam que tinham a capacidade de jogar foguetes nos EUA, mas não diziam que iriam jogar. Aí houve aquele ba-fa-fá todo, inclusive com o envio do porta-aviões Carl Vinson. E a Coréia sofreu sanções da ONU. Agora, a Coréia diz, mas já adiou, que vai lançar quatro mísseis a menos de vinte quilômetros das águas territoriais de Guam, com mísseis ligeiros de médio alcance, para mostrar que pode destruir a ilha e tudo o que nela existe sem que os EUA tenham tempo suficiente para evitar a desgraça. Aliás, esta é a grande dúvida que os especialistas têm hoje: poderia os EUA interceptar com segurança mísseis saindo da Coréia e chegando a Guam em menos de 27 minutos? Pessoalmente, eu creio que é coisa muito complicada, pois um míssil veloz destes não pode ser perseguido por outro que tenha velocidade próxima à dele, devendo haver uma colisão no espaço e no tempo para que haja a interceptação. Dizem que os mísseis coreanos estão em bases móveis, o que dificulta ainda mais. Se os EUA não for capaz de tal façanha, então o que a Coréia está a dizer é o seguinte: para iniciar uma guerra segura conosco terão que evacuar 162 mil pessoas de Guam primeiro. Sai tão caro quanto o muro de separação com o México. Logo, pelas regras de Sun Tzu, é melhor não fazer uma guerra nestas condições. O presidente da Coréia do Sul já saiu em campo dizendo que fará tudo o que for possível para a guerra não acontecer. Ele está certíssimo, pois a Coréia do Sul é quem mais tem a perder mesmo. Mas o grande problema agora são as consequências das sanções da ONU nos ânimos dos nortecoreanos. Precisam de euros, dólares, rublos para manterem os seus compromissos no exterior, manter seu corpo diplomático, seus espiões, etc. Caso eles se sintam realmente ameaçados, passarão a ameaçar bombardeios em Guam e em outros lugares. E aparentemente, já é isto o que estão fazendo. Agora, o perigo da guerra mora todo aí. E muitas já ocorreram em semelhantes situações.
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