domingo, 24 de março de 2013

Farsa!

A literatura científica coloca 43 graus centígrados como uma espécie de limite para a temperatura do corpo humano. Tentando evitar um incêndio, certa vez fui submetido a um elevado nível de calor no corpo. Desmaiei. Fiquei, dizem, uns cinco minutos desacordado. E exatamente no momento que "acordei", fiquei "chateado", preferia ter ficado lá mesmo no vazio, na inexistência onde estava. E esta impressão não foi fruto de nenhuma preocupação. Não pensei em nenhuma conta para pagar! Não me incomodou IPTU ou qualquer outra coisa parecida. Não fiz, inclusive por que não houve tempo, qualquer comparação. A coisa  foi absoluta! Simplesmente, não gostei de estar vivo. Não em ter voltado para a minha vida, a qual não julgo que seja melhor ou pior do que a de ninguém! Repito, simplesmente não senti vantagem alguma em estar vivo. Fiquei curioso com este fenômeno. Aliás, ainda hoje estou. Ontem, discutindo, por acaso, com um estudioso, levantei a hipótese de o desmaio ter sido provocado por algum mecanismo homeostático tentando evitar 43 graus centígrados em alguma parte vital do corpo. Ele concordou. A impressão negativa em relação a estar vivo, ele credita a uma possível escassez de hormônios neurotransmissores provocada pela reação homeostática. Ainda não estou inteiramente convencido, mas julguei tratar-se de uma razoável explicação. Disse ele que esta impressão que tive, durande décimos de segundos, também têm as pessoas que sofrem de depressão. Não sei se isto é verdade, pois não estive na sensação alheia. No entanto, se for este o caso, esta doença deve ser bastante "encabulosa".

Depressão na pista 
Olhando as coisas apenas por este prisma materialista audacioso, viver não seria algo bom, a vida no corpo humano só se sustentaria através da farsa dos hormônios, e a própria vida biológica seria um "faz de conta". O que dizer, então da social e da política, meu Deus!? Não, a audácia materialista está grande. Entendimento parcial provavelmente esteja ocorrendo. Não dizem os "neuroentendidos" que estes hormônios ordenam o pensamento? Porque a falta deles não "embotou" o meu próprio pensamento, de modo que eu "acordasse" tal como usualmente acordam os operados?

Lossian barbosa Bacelar Miranda.
lossian@oi.com.br

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